COP30: Seminário da Central de Movimentos Populares debate justiça climática e fortalecimento das periferias

Fiocruz Brasília 14 de novembro de 2025


Beatriz Muchagata (CTIS/Fiocruz Brasília)

 

Encontro reúne lideranças e CoLaboratório CTIS da Fiocruz Brasília e destaca o papel dos movimentos populares e a importância da Saúde Única na construção de cidades sustentáveis e territórios resilientes, em Belém

 

O Seminário Nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), realizado nesta quinta-feira (13/11), durante a programação da COP30 e da Cúpula dos Povos, reuniu lideranças comunitárias, pesquisadores, representações governamentais e movimentos sociais para discutir caminhos para a justiça climática, cidades sustentáveis e o fortalecimento das periferias urbanas e rurais. O evento contou com a participação do CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), da Fiocruz Brasília, que destacou a abordagem da Saúde Única como elemento estratégico para enfrentar os impactos da crise climática nos territórios.

 

Realizado em um ginásio comunitário especialmente ambientado com tecidos floridos, elementos amazônicos e símbolos da luta popular, o CMP integrou a agenda oficial da COP30 e da Cúpula dos Povos, em Belém (PA). O encontro reuniu lideranças de diversas regiões do país para debater desafios e propor soluções para a construção de cidades mais justas, sustentáveis e preparadas para enfrentar a emergência climática.

 

A mesa de abertura foi composta por Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP; Rosinha, representante da CMP no Pará; Maria Marize Duarte, professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA); Wagner Martins, coordenador do CTIS/Fiocruz Brasília; Paulo Cohêm, da direção nacional da CMP; e Silvia Rodrigues Rosa, representante das Biojóias do Combu e integrante do projeto de moradia ecológica da Ilha do Combu.

 

Os debates abordaram temas estruturantes como modelos de desenvolvimento, tecnologias sociais baseadas na natureza, governança popular e a territorialização das políticas públicas — temas centrais para o enfrentamento das desigualdades e para a transição climática justa. As diretrizes estratégicas apresentadas pela Fiocruz Brasília, projetadas no telão durante as falas, reforçaram eixos como justiça socioambiental, cooperação interinstitucional, integração entre ciência, governo e comunidades e a abordagem de Uma Só Saúde.

 

“Foi um momento de conversa produtiva com os movimentos sociais que formam a Central de Movimentos Populares, que reúne mais de 700 Organizações da Sociedade Civil (OSC). Falamos a respeito da saúde como vida que precisa de políticas públicas vivas, que entendem e se ajustem ao DNA dos territórios, se apoiem nas potencialidades locais e nas tecnologias sociais, que promovem a saúde, enfrentam a determinação socioambiental e geram o bem-viver”, destacou Wagner Martins, que falou também sobre a importância da defesa da democracia com a inserção estratégica das unidades nos territórios para que, juntos com o conhecimento tradicional, possa resolver questões concretas com soluções baseadas na natureza e na sociobioeconomia solidária e agroecológica.

 

A atividade também destacou que a construção de respostas efetivas à crise climática depende da participação ativa de quem vive e transforma os territórios diariamente, especialmente populações periféricas, povos tradicionais e movimentos sociais que vêm acumulando práticas de resistência e inovação em seus espaços de vida.

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