Fiocruz Brasília marca presença na 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e recebe mais de 12 mil visitantes
O som das risadas das crianças se misturava ao burburinho dos visitantes. Entre um jogo e outro, era fácil ouvir o mesmo comentário ecoando pelos corredores: “olha a Fiocruz!”. O estande da instituição na 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada entre os dias 20 e 26 de outubro, encantou o público com jogos educativos como passa ou repassa, jogo da memória, jogos de tabuleiro e atividades digitais.
O espaço da Fiocruz foi um dos pontos mais movimentados da grande tenda localizada na Esplanada dos Ministérios. Transformado em um verdadeiro encontro entre ciência, afeto e aprendizado, o estande recebeu cerca de 12 mil visitantes ao longo da semana, em meio a um público total estimado em 100 mil pessoas que passaram pelo evento.
Onde quer que se olhasse, lá estava ele: o grande destaque da Semana, nas conversas, nas mãos e nos pescoços de quem circulava pela feira, segurando orgulhosamente o copo reutilizável com a mensagem “Eu faço ciência com a Fiocruz Brasília.”
As longas filas em frente ao estande chamavam a atenção de quem passava. Famílias inteiras, jovens e estudantes de escolas públicas e particulares do Distrito Federal se reuniam para participar dos jogos interativos e educativos sobre saúde, meio ambiente e cidadania. O público jogava, aprendia e levava mais do que brindes, levava a experiência de fazer ciência junto com a Fiocruz Brasília.
A programação incluiu bate-papos com os pesquisadores Carla Freitas (Instituto de Ciência e Tecnologias em Biomodelos da Fiocruz), Fernanda Lins (Universidade de Brasília), Thiago Parente (Fioantar) e Noely Moura, Virgínia Corrêa, Andréa Bomfim, Rosely Arantes e Jorge Machado, da Fiocruz Brasília. Seguindo o tema do evento, “Planeta Água: Cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, os debates abordaram a importância dos oceanos para as populações das águas, o clima, a saúde, a alimentação, a economia, o lazer, a biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais, além do conceito de Saúde Única.
Ciência para todas as idades
A experiência foi vivida com entusiasmo e curiosidade pelo público de todas as idades. Lucélia Souza, de 28 anos, levou a filha e a sobrinha para conhecerem o espaço. “É uma experiência muito boa, porque cria memórias. A gente jogou o jogo da memória e aquele da tela também [SuperSUS, jogo educativo sobre o Sistema Único de Saúde]. A fila estava grande, mas valeu pela diversão e pelo brinde”, contou sorrindo.
Entre os visitantes, as pequenas Ana Lu, de 4 anos, e Luciana, de 6, se revezavam para explorar o estande. “Muito legal e divertido. Aprendi coisas novas”, disseram empolgadas.
Para a ativista climática e oceânica Manuela Melo, o evento foi essencial por trazer o tema do oceano e do meio ambiente para o centro do país. “Vocês estão fazendo um trabalho lindo de educar as próximas gerações e as atuais também. São jogos que ensinam desde crianças até idosos, e ainda estimulam a consciência ambiental, para que as pessoas compreendam melhor o meio ambiente, o Cerrado e a Mata Atlântica”, destacou.
E ela não foi sozinha. A ida à SNCT foi um pedido de aniversário, comemorado ao lado do marido, Douglas Fontes, que também ficou encantado com a proposta do estande. “Achei tudo muito legal, de utilidade pública mesmo. O conhecimento é constante, e aqui tem muita coisa para aprender”, afirmou.
À frente da equipe de monitores, o pesquisador da Fiocruz Brasília, Douglas Fernandes, destacou a importância da interação com o público. “Conseguimos atender bem toda a demanda, mesmo com o espaço limitado. Tivemos visitantes de diferentes idades e conseguimos adaptar as atividades para crianças, adultos e até idosos. Foi uma troca muito rica, e o desempenho dos monitores fez toda a diferença”, relatou.
Segundo ele, os visitantes demonstraram interesse não apenas pelos jogos, mas também pelas conversas e aprendizados compartilhados. “Algumas pessoas contribuíram com perguntas e reflexões. Foi uma experiência profissional e humana muito positiva.”
A monitora Daniela Tainá, de 25 anos, que participou pela segunda vez das atividades da Fiocruz Brasília, definiu a SNCT como um momento de reencontro e encantamento. “Todo ano me surpreendo. A Fiocruz sempre traz inovação nos jogos, bons brindes e uma equipe de encher o coração. É lindo ver adultos e crianças se divertindo juntos. Isso faz toda a diferença.”
Ela também destacou a diversidade de experiências e visitantes. “Este ano estava tudo muito bonito, com tecnologia, experiências novas e pessoas de vários lugares do Brasil. Adorei participar e espero voltar no próximo ano.”
A preparação das atividades foi intensa e desafiadora, relembra Sávia Pueyo, uma das organizadoras da participação da Fiocruz Brasília e coordenadora do Núcleo de Eventos da unidade. “Foi um processo desafiador. Precisamos planejar tudo em pouco tempo, adaptando as atividades ao espaço e ao tema da 22ª SNCT. Mas conseguimos deixar tudo pronto para receber os visitantes com qualidade.”
As dinâmicas e jogos foram definidos em reuniões entre as equipes, buscando o formato mais adequado ao estande e mais coerente com o tema da Semana. “Considero que foi um sucesso. Durante toda a semana o estande manteve grande público participando das atividades. Foi surpreendente ver tantos trabalhadores e trabalhadoras da Fiocruz Brasília prestigiando nosso espaço”, avaliou.
Ela também lembrou as reações marcantes dos visitantes: “algumas pessoas na fila comentaram que tinham acabado de passar na residência da Fiocruz Brasília e vieram conhecer mais sobre a instituição. Outras lembravam com carinho da época em que estudaram aqui. E ainda recebemos elogios da própria equipe organizadora da SNCT, que destacou o estande da Fiocruz como um dos mais visitados do evento”.
Encontro de gerações
“Foi uma oportunidade ímpar para falar sobre saúde, ciência e Fiocruz para tantas pessoas, em uma relação horizontal e interativa, com uma abordagem personalizada de acordo com o perfil de cada visitante.” Assim definiu a pesquisadora Fernanda Marques, uma das organizadoras da participação da instituição na SNCT.
O encontro de pessoas com diferentes histórias e propósitos também foi destacado por ela. “Trabalhadores e egressos estiveram no evento, em um encontro de gerações e experiências que traduz o papel da Fiocruz Brasília como espaço de formação, troca e pertencimento.”
Com longa trajetória em divulgação científica, Fernanda ressaltou o envolvimento dos provocs [alunos do ensino médio que participaram do Programa de Vocação Científica da Fiocruz], que há anos atua nas ações de popularização da ciência. “A gente teve um provoc trabalhando e, este ano, dois da nova geração foram visitar o estande. Um deles foi com a escola na sexta-feira e voltou no sábado com a família. Isso mostra o vínculo e o quanto essas experiências marcam.”
Ela também destacou a participação de pesquisadores do Rio de Janeiro nos bate-papos e de trabalhadores da própria Fiocruz Brasília que estiveram no evento como visitantes e voluntários. “Foi bonito ver essa mistura: pesquisadores, residentes, estudantes e trabalhadores, todos representando o compromisso da Fiocruz com a divulgação científica.”
Para Fernanda, um dos grandes diferenciais desta edição foi a convergência das ações de divulgação científica da unidade. “Pela primeira vez, conseguimos reunir num mesmo espaço o Provoc, o Pibic [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica], o projeto de extensão e a parceria com a Secretaria de Educação. Todas as frentes se encontraram ali, e isso deu um sentido especial à nossa participação.”
A Fiocruz também participou como debatedora do I Encontro Nacional de Clubes de Ciências, que reúne estudantes, professores e coordenadores de todo o país. Além de inspirar jovens, os clubes de ciência desempenham um papel estratégico no fortalecimento da educação científica e na formulação de políticas públicas. “Um clube de ciências é o encontro dos jovens com a ciência — e da ciência com os jovens. É nesse espaço que nasce uma ciência mais plural, que dialoga com nossas comunidades e com a realidade. Mesmo que nem todos se tornem cientistas, quem participa leva a ciência para todo lugar”, destacou Fernanda.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um dos principais eventos de popularização da ciência no Brasil. Coordenada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica, conta com a parceria de governos estaduais e municipais, instituições de ensino e pesquisa e entidades ligadas à ciência e tecnologia.
A Fiocruz Brasília participa da SNCT desde a sua primeira edição, em 2004.
Confira a cobertura completa e a galeria de fotos da SNCT 2025:
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Álbum 5
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