Fiocruz discute saúde e governança nas periferias em seminário pedagógico

Fiocruz Brasília 23 de setembro de 2025


Por Silvia Batalha (VPAAPS/Fiocruz)

A Fiocruz Brasília sediou, entre os dias 17 e 19 de setembro, o Seminário pedagógico Saúde nas Periferias: governança para desenvolvimento territorial saudável, sustentável e solidário. O encontro reuniu movimentos sociais, universidades, unidades da Fiocruz, o Ministério da Saúde e diferentes órgãos públicos, em três dias de intensa troca de experiências e construção coletiva.

Na mesa de abertura, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (VPAAPS), Valcler Rangel, ressaltou que os territórios populares precisam ser reconhecidos como protagonistas de políticas públicas.

“Nosso papel, como instituição pública de ciência e saúde, é estar presente nos territórios, aprender com os saberes populares e construir pontes entre ciência e sociedade. É dessa integração que surgem caminhos mais justos e sustentáveis para a saúde e para a democracia”, destacou.

Ao longo dos três dias, foram discutidos temas como plano integrado de saúde nas favelas, vigilância popular crítica, economia solidária, inteligência territorial e epidemiológica, além do papel da comunicação estratégica na transformação social. Experiências locais demonstraram como favelas e periferias vêm produzindo solidariedade, tecnologias sociais e soluções inovadoras para enfrentar desafios como insegurança alimentar, crise climática e desigualdades.

Para o coordenador do projeto, Wagner Martins, a troca entre ciência e comunidade é essencial para transformar realidades.

“O seminário mostrou que a transformação acontece quando ciência e comunidade caminham juntas. Nosso desafio é criar redes de cuidado, integrando vigilâncias, atenção primária e saberes locais, para que as soluções construídas nos territórios tenham continuidade e força”, afirmou.

Entre os resultados esperados estão o fortalecimento territorial, a valorização local, a difusão de tecnologias sociais e a ampliação das parcerias intersetoriais, reforçando que ciência, diálogo e participação social são bases essenciais para a democracia e para a justiça social e ambiental.

O seminário reafirmou o papel da Fiocruz como instituição estratégica para a saúde pública brasileira, articulando ciência, participação social e desenvolvimento de territórios saudáveis, sustentáveis e solidários.

 

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