Bárbara Anaissi e Bia Fioretti (Nusame/Fiocruz Brasília)

O 2º Encontro Regional para fortalecer as ações em Saúde Integral da Mulher no SUS reuniu trabalhadoras do Nordeste, na Fiocruz Brasília, nos dias 12 e 13 de novembro. Gestão, controle social, movimento, academia e instituições se alinharam em reflexões e construção sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), que acontece no cotidiano de nove estados e o que esperam para os próximos 20 anos.

O evento é parte de ação promovida pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Atenção à Saúde das Mulheres do Departamento de Gestão do Cuidado Integral (CGESMU/DGCI/SAPS/MS), Fiocruz Brasília, por meio do Núcleo de Saúde da Mulher (Nusame), e o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) para marcar os 20 anos da PNAISM. Com linha de pesquisa, encontros colaborativos e comunicação pública (produção de média-metragem e de publicação online), um grupo de cerca de vinte profissionais promove uma análise histórica sobre a Política e propõe estratégias de fortalecimento.

A abertura do encontro com profissionais do Nordeste contou com a participação de Luciana Sepúlveda, diretora executiva da Escola de Governo Fiocruz-Brasília; Luanna Moura, do Ministério da Saúde; Thatiane Torres, da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde/MS; e Maria Gomes, coordenadora de Ações Nacionais e de Cooperação do IFF/Fiocruz.

Luciana destacou que o movimento mostra o quanto o diálogo com os sujeitos da Política é necessário e questionou: “como essa Política se entrelaça com as mulheres que surgiram nesses 20 anos?”. A importância da interseccionalidade e a transformação que o contato direto com o território possibilita para a gestão foram temas de destaque também no Café com Ideias.

Já no Café Mundial e na Mostra de Experiências Locais, a discussão circulou entre Protocolos de Atenção à Violência Sexual; a intersecção necessária no atendimento com recortes como raça-cor; religião e trabalho sexual; luto perinatal; planejamento reprodutivo; especificidades no atendimento a mulheres apenadas, em situação de rua ou refugiadas; direitos sexuais e reprodutivos; a importância de efetivar informações para crianças e adolescentes, e maternidade e saúde mental. E ganhou destaque o lembrete trazido por Silvia Lima, representante da Comissão Municipal de Saúde de São Luís (MA): “o SUS exige que a gente lembre que a luta é coletiva. Estar aqui, aprendendo e trocando nessa união de esforços pelo SUS é fundamental. Não dá mais para perder vidas”.

Sujeitos da Política pautando o futuro

A discussão promovida nos encontros, os dados e o acervo de memória coletados em pesquisa, uma revisão da literatura nacional e a análise das Conferências Nacionais de Saúde e das Conferências de Saúde da Mulher irão compor o documento “Subsídios Técnicos para o Fortalecimento da PNAISM no SUS”. O documento é fundamental não só para o monitoramento da Política, mas, principalmente, para que a memória histórica e o cotidiano atual relatado pelos territórios possam pautar os próximos 20 anos.

Programação

O primeiro encontro aconteceu nos dias 29 e 30 de outubro, reunindo participantes do Centro-Oeste e do Norte. Em dezembro, nos dias 4 e 5, será a vez de participantes do Sul e do Sudeste ocuparem a Fiocruz Brasília em nova rodada de discussões. Em março de 2026, acontecerá o Encontro Nacional, reunindo as contribuições regionais para fortalecer as ações em Saúde Integral da Mulher no SUS.