Mesa aborda a promoção de territórios saudáveis e sustentáveis em tempos de pandemia

Fernando Pinto 11 de dezembro de 2020


A promoção de territórios saudáveis e sustentáveis para o enfretamento das consequências da Covid-19 foi objeto de discussão na Feira Digital de Soluções para a Saúde da Fiocruz, na tarde desta quinta-feira (10/12). O debate foi conduzido pelo pesquisador Jorge Machado, coordenador do Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) da Fiocruz Brasília, e contou com a presença de diversos atores que compartilharam as experiências e ações que estão sendo promovidas nos territórios nestes tempos de pandemia.

 

A historiadora Fabiana de Melo, integrante do PSAT, apresentou um conjunto de experiências que o grupo vem desenvolvendo para a construção coletiva de conhecimentos e estratégias de enfretamento da Covid-19, abordando as temáticas como segurança e soberania alimentar, cadeias produtivas e manejo das águas, além da vulnerabilidade social no meio rural brasileiro, agravada pela atual crise sanitária. Foram realizados diversos ciclos de formação envolvendo mais de 350 pessoas, entre agricultores familiares, representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais do campo, setores do governo, trabalhadores do SUS e da assistência técnica rural, com o objetivo de assegurar o direito à saúde das populações do campo.

 

Para o coordenador do PSAT, Jorge Machado, o momento atual requer uma aproximação entre agentes de saúde e agricultores para a formulação de iniciativas territorializadas, criando uma conexão entre saúde e agricultura. “Esse contato direto com os agentes de saúde e com os movimentos da saúde tem trazido a perspectiva de que todos nós somos educadores populares”, frisou.

 

A pesquisadora da Embrapa Agrobiologia (Seropédica/RJ) Cristhiane Amâncio falou também da experiência dos ciclos de formação no âmbito do InovaSocial e das suas primeiras atividades em campo, comentando os impactos nos territórios diante do agravamento da Covid-19. “Passamos por uma transição do medo para a pedagogia do cuidado”, afirmou. Segundo Cristhiane, ao longo das formações, as comunidades saíram de uma condição de invisibilidade: as pessoas se sentiram ouvidas e acolhidas, e apresentaram as estratégias locais desenvolvidas para o enfretamento da pandemia. “Para o InovaSocial, o momento foi uma oportunidade ímpar de ação interinstitucional e intersetorial”, concluiu.

 

Já o sanitarista Osvaldo Bonetti, pesquisador do PSAT, trouxe a proposta da Fiocruz Brasília do Curso de Formação de Agentes Populares de Saúde, com foco na vigilância popular em saúde, potencializando os territórios no enfretamento à Covid-19, que será realizado por meio de dois encontros online. O curso, pensado incialmente para 50 educadores, fechou a primeira turma com 130 inscrições. “Vamos realizar esse primeiro Curso e esperamos que esse processo se fortaleça cada vez mais, com experiências de integração para enfrentar a Covid-19 e reforçar as respostas do SUS no momento atual”, afirmou.  

 

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