Direitos Humanos dos Pacientes em Risco de Suicídio

Fiocruz Brasília 15 de setembro de 2017


Falta de privacidade, restrição dos movimentos, julgamentos e procedimentos médicos desnecessários são alguns exemplos de violação de direitos das pessoas que chegam aos serviços de saúde depois de uma tentativa de suicídio. 

Em todo o país, está sendo realizada, neste mês, a campanha Setembro Amarelo que chama a atenção para o tema. No auditório da Fiocruz Brasília, na próxima terça-feira, 19, às 09h, será lançado o Relatório sobre Direitos Humanos dos Pacientes em Risco de Suicídio. A atividade será transmitida online por meio deste link

O estudo inédito no país apresenta as violações de direitos humanos das pessoas em risco de suicídio no Brasil. A pesquisa foi realizada com profissionais de saúde de urgências e emergência de Brasília, Salvador, Porto Alegre e Goiânia e os resultados discutem as políticas públicas sobre suicídio, a formação dos profissionais de saúde, bem como a importância de garantir os direitos dessas pessoas. 

O Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Fiocruz Brasília) participou da revisão e finalização do relatório, organizado pelo Observatório de Bioética e Direitos Humanos dos Pacientes, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Bioética da UnB.

O suicídio é uma questão relevante para a saúde pública na medida em que violações aos direitos humanos impactam no seu cuidado à saúde e pode incrementar o risco de nova tentativa.  Bárbara Vaz, do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Fiocruz Brasília), comenta que, para garantir a segurança desses usuários do sistema de saúde, durante a internação, eles devem ser acompanhados de um familiar, com sua liberdade garantida e apoio de um profissional, sem nenhum instrumento cirúrgico de fácil acesso. 

Para Karine Cruz, que também trabalha com a temática na Fiocruz Brasília, o relatório é relevante para a saúde pública, em especial na época em que se vive uma superexposição da intimidade das pessoas nas redes sociais, e muitos casos de bulling e racismo, além de problemas culturais que podem desencadear o sofrimento psíquico e laços rompidos. Então, segundo ela, não é possível tentar tratar só a pessoa, mas é preciso acompanha-la e intervir em seu contexto social e familiar. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados. 

PROGRAMAÇÃO:
9h – Mesa de Abertura
Prof. Dr. Volnei Garrafa (UnB)
Prof. Dr. José Paranaguá de Santana (FIOCRUZ)

9h30 – Mesa Redonda: Suicídio – Olhares sobre bioética, direitos humanos e políticas públicas
Dra. Beatriz Montenegro (SES/DF)
Ms. Enrique Bessoni (FIOCRUZ)
Luana Lima (Observatório/UnB)

11h – Lançamento do Relatório sobre direitos humanos dos pacientes em risco de suicídio
Prof. Dra. Aline Albuquerque (Observatório/UnB)