Dengue: sem rede de esgotos, sem coleta de lixo, as doenças vão se espalhando

Fiocruz Brasília 20 de fevereiro de 2017


Os brasileiros convivem há 31 anos com epidemias de dengue, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypt, também já conhecido por aqui. É ele o transmissor de, além dos quatro sorotipos da dengue, de outras quatro doenças: o zika vírus, a chikungunya, a febre Mayaro e a febre amarela.

A primeira epidemia de dengue no Brasil foi em 1986, no Rio de Janeiro. Naquele ano, foram 300 mil casos. Mais de trinta anos depois, os números se multiplicaram. Em 2016, foram 1,487 milhão de casos de dengue e 906 mortes confirmadas. No caso da Chikungunya, doença mais nova, foram 263 mil casos no ano passado, com 159 óbitos que ainda estão sendo investigados. E o zika vírus infectou 211 mil pessoas em 2016, sendo que três delas morreram.

Nossa equipe foi ao Rio de Janeiro recuperar a história da primeira epidemia e conferir como estão hoje as localidades de Nova Iguaçu e Belford Roxo, onde tudo começou. Fomos também a Goiás, que registrou 149 mil casos de dengue em 2016 e ocupou o terceiro lugar no ranking nacional, atrás de Minas Gerais e São Paulo, estados muito mais populosos. No Distrito Federal, acompanhamos agentes da vigilância ambiental em cidades satélites e também em áreas nobres de Brasília. O mosquito está por toda parte.

Entrevistamos especialistas e moradores para entender de quem é a responsabilidade pelo combate ao Aedes Aegyp: do governo ou da população? Especialistas culpam a população pela sujeira e o Estado pela falta de condições básicas nas cidades. E o que está sendo feito para que não tenhamos mais epidemias de doenças transmitidas por esse mosquito? Vamos conhecer iniciativas de laboratórios privados, do Instituto Butantan, da Fiocruz e até de escolas públicas no combate ao mosquito.