Dados abertos e governança digital são temas de discussão do II Simpósio Internacional

Fiocruz Brasília 17 de novembro de 2016


Os desafios do marco civil da internet e sua regulação, a democracia participativa digital, e a participação cidadã no orçamento e gestão das políticas públicas foram alguns dos temas tratados durante  o 2º Simpósio Internacional Inovação e Governança Digital, realizado nos dias 10 e 11 de novembro na Fiocruz Brasília.

O evento considerou não só aspectos técnicos das inovações mas também questões sócio-políticas, considerando as possibilidades para o desenvolvimento de um Estado mais transparente e acessível ao cidadão. 

A professora da Universidade de Brasília  Magda de Lima falou sobre como os dispositivos digitais mudam a sociedade. “Precisamos falar sobre como a tecnologia nos aproxima e possibilita que pessoas distantes se mobilizem juntas por uma causa! ”, afirmou. Exemplo disso foi o relato  da estudante do curso de Gestão em Políticas Públicas da UnB Isabella Nascimento, que  apresentou a mobilização para  ocupação de vários espaços da universidade, nas últimas semanas,  articulada graças aos meios digitais. 

O médico epidemiologista Maurício Barreto apresentou o Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde – CIDACS,  programa  de estudos e pesquisas interdisciplinares, que desenvolve novas metodologias científicas e promove capacitação profissional, com  integração de grandes bases de dados (big data) e de conhecimentos.

O CIDACS desenvolve o cadastro único que permitirá estudos sobre políticas públicas como o  Bolsa Família,  entre outras.  “Para explorar essa base de dados,  a rede de pesquisadores precisa ser gerenciada por meio de infraestrutura tecnológica, ” disse o vice-presidente da Fiocruz Brasília Wagner Martins. O lançamento do CIDACS será realizado no dia 7 de dezembro,  em Salvador, pela Universidade Federal da Bahia e com apoio da Fiocruz.

No Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade, da Fiocruz Brasília, se buscam metodologias para atuar na sociedade de rede produzindo ações de governança democrática, pesquisas mais aplicadas e é a gestão das informações que possibilitam essa conexão.  Uma das suas criações é a plataforma Ágora, espaço virtual para atividades cooperativas na área de  Ciência, Tecnologia e Sociedade, em prol das políticas públicas da saúde que vai organizar   virtualmenteo processo de produção científica. “Se mantivermos os dados coletados sobre saúde guardados ou empregarmos apenas em uma pesquisa, não vai se conseguir fazer uma gestão estratégica dessas informações, de maneira , comunicativa e que tenha a transparência, onde o poder popular possa ser exercido. Daí a importância da plataforma Ágora, na gestão destas informações”, afirmou Martins.

O Simpósio tratou também sobre a utilização das plataformas de acesso direito às informações do governo e sobre a  participação dos indivíduos na  interação e na tomada de decisão sobre as políticas públicas, processo conhecido como governança digital. Esse elemento é importante para mobilizar a sociedade e discutir quais as prioridades das políticas públicas,  mapeando e articulando institucionalmente as ações dentro de um território e  formando as pessoas para que saibam utilizar as informações.

A Fiocruz Brasília sediou o primeiro e segundo simpósio e pode sediar o próximo. “ A instituição vem se desenvolvendo na área de inteligência cooperativa e o termo governança e tecnologia sãoimportantes no nosso cotidiano de trabalho”, finalizou Martins.