Câmara debate indústria farmacêutica amazônica

Nathállia Gameiro 10 de dezembro de 2019


* Com informações do Portal da Câmara

 

A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) promoveu, em conjunto com a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, audiência pública para examinar a importância da indústria farmacêutica amazônica, na última quinta-feira (5/12).

 

O debate sobre produtos farmacêuticos amazônicos ressaltou o aspecto da biodiversidade da região, e como isso reflete positivamente no seu desenvolvimento. Para o representante do Conselho Federal de Farmácia, Wellington Barros da Silva, a biodiversidade amazônica tem um potencial incalculável. “É significativo porque muitos dos produtos utilizados hoje na moderna indústria farmacêutica, de cosméticos, de alimentos, na indústria de polímeros e na própria nova matriz energética, alternativa aos combustíveis fósseis, todo esse recurso provém da biodiversidade. Alguns de forma efetiva e outros de forma potencial.” A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que o Brasil detém cerca de 20% da biodiversidade mundial, com 10 mil espécies com potencial medicinal.

 

A pesquisadora da Fiocruz Maria Behrens, chefe de Laboratório de Produtos Naturais, representou a Fundação na audiência. Também estiveram presentes representantes do Ministério Público Federal (MPF) e a presidente da Associação das Mulheres Indígenas da Comunidade Indígena de Feijoal do Estado do Amazonas, Lildalva Tikuna.

 

O debate é uma iniciativa dos deputados Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Joenia Wapichana (Rede-RR) e José Ricardo (PT-AM). Os parlamentares destacam que a biodiversidade da região amazônica representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento de medicamentos, nas mais diversas áreas.  “Nos últimos anos, estudos científicos abordaram os benefícios existentes no patrimônio natural da Amazônia, ressaltando inclusive a maneira que os povos tradicionais e indígenas utilizam esse material para enfrentar as mais variadas mazelas”, dizem.

 

Para o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), é importante unir o conhecimento ancestral com a ciência. “Quando se potencializa cientificamente o conhecimento popular e o conhecimento ancestral dos povos indígenas, nós já temos um passo muito à frente que qualquer país possa dar em termos de produção de um conhecimento farmacológico e produção de uma medicina que contribua para gerar mais saúde e mais dignidade para o povo.”

 

Assista a audiência pública aqui.