29/3, 17h: Aula inaugural de Curso voltado à promoção de territórios saudáveis e sustentáveis

Fernanda Marques 26 de março de 2021


Na próxima segunda-feira, 29 de março, a partir das 17h, será realizada a aula inaugural do Curso de Especialização e Livre em Cultivo Biodinâmico de Plantas Medicinais na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis no Distrito Federal. Com o tema “Em tempos de crises”, a atividade será online, com transmissão ao vivo pelo canal da Fiocruz Brasília no YouTube (youtube.com/fiocruzbrasiliaoficial).

 

O evento contará com palestras do sociólogo Manuel Baquedano, fundador e presidente do Instituto de Ecologia Política, no Chile, que discutirá “A crise civilizatória, a mãe de todas as crises”, e da deputada federal Erika Kokay, que falará sobre “Educação e Formação em Saúde no Contexto de Crises”.

 

Na mesa de abertura estarão a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio; o pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Fernando Hashimoto; representante da Secretaria de Saúde do DF; e o coordenador do Curso, André Fenner, pesquisador da Fiocruz Brasília. 

 

De acordo com Fenner, a agricultura desenvolvida no Brasil afeta a saúde das populações não só devido à quantidade de adubos químicos, antibióticos ou hormônios utilizados, como também por ser praticada segundo um modelo que acentua as iniquidades sociais, com concentração de renda, aumento da miséria, fome e destruição dos ecossistemas. O objetivo do Curso, portanto, é capacitar os profissionais nos fundamentos da agricultura biodinâmica para a produção de plantas medicinais em agrofloresta – modelo que utiliza substâncias minerais e vegetais, ajudando a manter o solo equilibrado, sem causar impactos ou prejuízos. “A produção agroflorestal biodinâmica de plantas medicinais busca, por um lado, trazer melhorias efetivas nas comunidades e, por outro, responder às necessidades e demandas da sociedade, especialmente dos grupos mais vulnerabilizados ambiental, econômica e socialmente. Ela fortalece espaços saudáveis e sustentáveis, que buscam minimizar as desigualdades sociais, a má distribuição de renda e a falta de acesso a políticas públicas”, comenta o coordenador.

 

Todo o processo do Curso é pautado no diálogo com as comunidades e na articulação entre saber científico e popular, como um meio de transformar a realidade local, reconhecer os territórios e modificar a relação com os usos da terra, fortalecendo o movimento agroecológico e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

 

Representantes de diversas entidades parceiras estarão presentes na aula inaugural, como a Gerência de Práticas Integrativas em Saúde e o Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde, ambos da Secretaria de Saúde do DF; a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF; o Programa de Agricultura Urbana da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do DF; o Grupo de Trabalho de Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz); o Sistema Nacional das Redes de Inovação em Medicamentos da Biodiversidade (RedesFito) do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Farmanguinhos/Fiocruz); a Associação Brasileira de Medicina Antroposófica; a Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica; a ONG Mutirão Agroflorestal; o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde; a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares; e a Rede Irerê de Proteção à Ciência.