Seminário traz reflexão sobre integralidade em saúde

Fiocruz Brasília 7 de julho de 2015


Com minicursos, oficinas, rodas de conversa e mesas redondas, evento reuniu estudantes, pesquisadores, professores e gestores para debates sobre o tema

A Fiocruz Brasília e a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) receberam a edição Centro-Oeste do XV Seminário Internacional do Projeto Integralidade. As atividades oferecidas pelo seminário permearam entre minicursos, oficinas, rodas de conversa e fóruns que aconteceram entre os dias 29 de junho e 03 de julho, com convidados locais e de outros Estados.

Uma roda de conversa com o coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Fiocruz Brasília e professor, Waldir Campelo, sobre como desenvolver metodologias de pesquisa para democratização do conhecimento foi realizada na manhã do dia 1 de julho. A conversa girou em torno do desenvolvimento de um pensamento cooperativo para tomadas de decisões. “A busca pelo tratamento e distribuição de informações úteis precisam ser passadas a todos para que se chegue a uma tomada de decisões dentro de instituições que necessitem daquele modelo de conhecimento”, afirmou Waldir. 

Durante o dia, também foi ministrado minicurso coordenado pelo professor Gustavo Nunes de Oliveira, integrante de Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. O minicurso abordou a interface de organização e modelos de gestão e saúde a partir da estratégia do apoio institucional.

Na última sexta-feira (3), foi realizada uma mesa redonda no XV Seminário Internacional do Projeto Integralidade, na Faculdade de Ciências da Saúde, UnB. A mesa abordou o tema “Interfaces da integralidade em saúde, justiça e direito à saúde: Práticas de cuidado, singularização e democratização nas instituições de saúde”.

A mesa redonda contou com a presença da pesquisadora da Fiocruz Brasília Francini Lube Guizardi, da professora da Universidade de Brasília Silvia Badim Marques, do professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro Felipe Asensi, e do professor da Universidade de Buenos Aires Pablo Francisco Di Leo. Na ocasião, foram destacadas questões sobre o SUS, defensoria pública de saúde e da secretaria de saúde.

O debate teve como objetivo levantar saberes e práticas no cotidiano das instituições da saúde. De acordo com Silvia Badim, o sistema de saúde deve proporcionar medidas que garantam a integralidade do cidadão para que não precise ser tomadas decisões no sistema judiciário, e exista igualdade de justiça e a resolução dos problemas do SUS, como a falta de remédio e/ou medicamentos com o orçamento muito alto.

A pesquisadora Francini Guizardi destacou que integralidade tem como definição a requisição de uma interação democrática. “Ou seja, garantir o direito a saúde em uma perspectiva integral, e não apenas garantir o direito à saúde, mas todo o direito do cidadão como um todo”, ressaltou.

Seminário

O tema Produção, visibilidade e democratização do conhecimento sobre o cuidado: as práticas como fonte de teoria viva na saúde coletiva visa fomentar o aprendizado na reflexão sobre integralidade em saúde ao reunir trabalhadores, estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores, usuários e gestores. Segundo o coordenador local do XV Seminário Centro-Oeste, Gustavo Nunes de Oliveira, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade de Brasília, “este é um espaço de formação, de produção de conhecimento e de divulgação, de comunicação do conhecimento produzido a partir da universidade e das práticas no cotidiano dos territórios, dos movimentos sociais e do SUS”.

Para Roseni Pinheiro, coordenadora do Laboratório de Pesquisas e Práticas de Integralidade em Saúde – Lappis (Instituto de Medicina Social/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e idealizadora do XV Seminário do Projeto Integralidade neste formato itinerante pelas cinco regiões do país, trouxe o evento para Brasília por achar importante a discussão inclusiva da integralidade, como política pública no Brasil e o tema traz mais visibilidade sobre a saúde coletiva.