O SUS na mídia em contexto de pandemia

Mariella de Oliveira-Costa 22 de abril de 2020


Mariella de Oliveira-Costa 

O coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, participou nesta quarta-feira, 22 de abril, do projeto ISC em Casa, série de seminários virtuais organizados pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, que busca levar informações à comunidade durante o período de isolamento social. Ele falou sobre o papel da mídia, a partir da compreensão das oportunidades que este momento de confinamento tem proporcionado. A mídia parte do interesse público, como fiscalizadora das ações dos entes públicos, e a pandemia é momento propício para que os jornalistas entendam o SUS como conquista social, e possam se apropriar da complexidade do sistema, saindo daquela tradicional cobertura limitada apenas aos problemas do SUS. Segundo ele, também é momento para que a mídia reconquiste o papel de porto seguro de informações confiáveis. Vasconcelos ressaltou ainda que este é um momento muito particular para quem trabalha com comunicação, e que é preciso explorar as possibilidades que se constroem hoje para ampliar o contato das instituições de saúde com o público. 

 

 

O ex-ministro da Saúde e pesquisador da Fiocruz, José Gomes Temporão, fez um paralelo entre os protocolos clínicos para comunicação em notícias difíceis e a comunicação em saúde.  Ele trouxe exemplos da importância de se fazer um planejamento da entrevista e  como abordar as emoções e reações do público. Falou ainda sobre a maior quantidade de falas sobre o  SUS na mídia atualmente, e a necessidade de se protegê-lo. Segundo ele, é improvável que no atual governo, o sistema público de saúde saia fortalecido após a pandemia, como algumas pessoas apostam.Temporão também lembrou que é curioso como nunca se discutiu tanto sobre a ciência no país, em meio a crescentes movimentos anti-ciência. Ele reforçou ainda que a covid-19 escancarou a desigualdade que coloca em risco a população. “O vírus não é democrático, afeta os mais frágeis e mais vulneráveis. Até quando o Brasil terá esse estigma da desigualdade?”, finalizou.

 

Clique aqui para acessar a gravação da atividade: https://www.youtube.com/watch?v=opZq5A5YGsw