XVI Fórum Nacional de Inovação Tecnológica em Saúde no Brasil destaca avanços e desafios para o futuro da saúde

Nathállia Gameiro 1 de outubro de 2025


A inovação tecnológica tem transformado o setor da saúde no Brasil e no mundo. Ferramentas como inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia, impressão 3D e robótica estão revolucionando diagnósticos, tratamentos e a eficiência dos sistemas de saúde. Esse é o contexto do XVI Fórum Nacional de Inovação Tecnológica em Saúde no Brasil, que reúne representantes do governo, da academia, do setor produtivo e da sociedade civil para discutir caminhos estratégicos e compartilhar experiências que podem moldar o futuro da saúde no país.

Durante o encontro, a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz, destacou o papel central da instituição no fortalecimento do ecossistema de inovação. Ela lembrou que a presença da Fiocruz em 12 estados e no Distrito Federal garante capilaridade e capacidade de desenvolver soluções adaptadas às realidades locais.

“Fazer isso no DF é totalmente diferente de fazer na Amazônia. Um dos grandes diferenciais da Fiocruz é estar presente no país como um todo e poder usar essa capilaridade para produzir inovações direcionadas às especificidades locais, mas que possam ser incorporadas em todo o território”, afirmou Priscila.

A pesquisadora ressaltou iniciativas como o Banco de Leite Humano, que já beneficiou quase 3 milhões de crianças no mundo, e a atuação da instituição como hub da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a plataforma de RNAm [RNA mensageiro], fundamental para vacinas e medicamentos inovadores. A vice-presidente reforçou, ainda, o compromisso da Fiocruz com o chamado Sul Global, enfatizando a necessidade de desenvolver soluções adaptadas para países com menos recursos, por exemplo vacinas que precisam de apresentações diferentes para reduzir desperdícios e garantir acesso.

Outro ponto de destaque foi a liderança da instituição na Coalizão Global para Produção Local e Regional, iniciativa que busca ampliar o acesso à produção e inovação em saúde no cenário internacional e evitar desigualdades como encontradas durante a pandemia de covid-19. Entre as apostas para o futuro, a Fundação apresentou os avanços em terapias gênicas e celulares, especialmente no tratamento de doenças raras como a atrofia muscular espinhal, com potencial de reduzir em até dez vezes o custo de terapias disponíveis no mercado internacional. Também foram destacados investimentos em infraestrutura, como a nova planta em Santa Cruz (RJ), capaz de produzir até 500 milhões de doses de vacinas por ano, e o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, que funcionará como um hub de inovação em parceria com instituições científicas do Rio de Janeiro.

Apesar dos avanços, Priscila lembrou que o maior desafio está em transformar pesquisa e desenvolvimento em soluções efetivas para a população. Para isso, são necessários arcabouços regulatórios mais modernos, políticas públicas de incentivo e parcerias nacionais e internacionais. “Nada adianta se a gente não gerar, de fato, impacto para a sociedade, espaço para a população, mais qualidade de vida para todos”, concluiu.

O Fórum reafirma a importância da inovação tecnológica como eixo estratégico para a saúde pública e para o desenvolvimento do Brasil, destacando que ciência, tecnologia e inovação só cumprem seu papel quando chegam a quem mais precisa. 


O evento foi transmitido ao vivo pelo Youtube. Assista aqui

 

Veja a galeria de imagens aqui

 

LEIA TAMBÉM