Confira três projetos de alunos do DF que uniram diversidade, saberes populares e preservação ambiental
Você sabia que plantas aparentemente muito parecidas podem ter estruturas reprodutivas muito diferentes? Sim! Essa foi uma das descobertas feitas pelos estudantes do 2° ano noturno do Centro de Ensino Médio 01 de São Sebastião – DF durante o projeto “Desnudando flores do Cerrado: uma jornada palinológica”. O trabalho investigou os grãos de pólen, que são estruturas reprodutivas de plantas. Esses elementos são estudados por um ramo da botânica chamado palinologia. A missão pode até ter parecido meio estranha no começo, mas logo os grãos de pólen cativaram os estudantes! E o sucesso dessa empreitada foi consolidado com uma premiação no 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, na categoria 3° Segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O projeto investigou a diversidade de grãos de pólen de plantas nativas do Cerrado. Para isso, os alunos analisaram em microscópio óptico grãos de pólen de plantas coletadas em áreas do DF. Também produziram exsicatas, isto é, amostras secas das plantas coletadas. E esse material ajudou na identificação botânica, que foi realizada a partir de aplicativos de identificação e comparação com espécimes de coleções de plantas virtuais.
Segundo a professora Yamara Macedo, que orientou os alunos, o estudo contribuiu para a compreensão de processos fundamentais da natureza, permitindo a construção de uma identidade mais forte com o bioma, o que é essencial para sua preservação.
— Nossa “jornada” para além dos livros didáticos nos permitiu mergulhar na realidade viva do Cerrado para enxergar sua complexidade de forma simples, acessível e única, já que o estudo do pólen toca em um ponto essencial na preservação das espécies: a reprodução, destaca a professora.
Outro aspecto importante do estudo, segundo a professora Yamara, foi sua contribuição para o desenvolvimento de uma cultura científica no ambiente escolar.
Para o estudante Guilherme Ferreira Santos, todas as etapas do projeto foram muito interessantes, porém, o que ele mais gostou foi de observar os grãos de pólen no microscópio. “Descobrir a variedade de formatos e tamanhos desses elementos invisíveis a olho nu foi fascinante”, ressalta.
Ele explica que perceber que algo tão pequeno tem um papel fundamental no ecossistema foi impactante. E acrescenta:
— Passei a entender que, mesmo entre plantas aparentemente iguais, existe uma diversidade imensa. Essa descoberta me aproximou ainda mais do Cerrado e reforçou em mim a importância de preservar esse bioma tão rico e surpreendente.
Além de Guilherme, também participaram do projeto os alunos Leonardo Matos, Flaviano Tiago e Ysabella Nogueira.
Confira aqui o texto na íntegra.
Esse texto integra uma série de reportagens produzidas com base em trabalhos premiados no 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, uma iniciativa da Secretaria de Educação do DF. O texto original foi elaborado por Tereza Costa do Museu da Vida.
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