Ciência Aberta e colaborativa em pauta na Escola Fiocruz de Governo

Fiocruz Brasília 10 de novembro de 2017


Ciência, Educação e Tecnologias Abertas e Colaborativas foi o tema apresentado ontem (09/11) na edição do Projeto “ Educação, Saúde e Tecnologias em Mar Aberto” promovida pela Escola Fiocruz de Governo, localizada na Fiocruz Brasília, que reuniu Sarita Albagli, professora e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e Felipe Fonseca, diretor do UBA-LAB.


 Sarita integra um grupo, que há mais de 40 anos atua no Rio de Janeiro,  com  pesquisadores do IBICT e da UFRJ que capitaneou o movimento de acesso livre  ao conhecimento e informação. Ela abordou questões como a “propriedade intelectual” criada com a alegação de proteger/recompensar o criador/cientista/ator, mas a realidade mostra que nesta relação comercial, é  o intermediário quem ganha de fato. 


A comunicação científica, segundo ela, se tornou um grande negócio e as editoras faturam muito.  Citou que algumas publicações “cobram – e muito – do autor” quando este decide tornar seu artigo de livre acesso. Observou que o movimento pela ciência aberta é um novo campo de luta e nova agenda de direitos humanos, citando questões relativas a medicamentos e alimentos.


Felipe Fonseca falou da incubadora  Uba-Lab, feita em parceria com o IBICT, que  tem gerado iniciativas interessantes desde o monitoramento dos rios da região do litoral de São Paulo até desenvolvimento de forno solar de baixo custo. Relatou ser Ubatuba o município paulista com maior área de Mata Atlântica preservada – 80% do seu território é constituído por reservas florestais – que abriga quatro aldeias indígenas, cinco quilombos e população caiçara. Essa peculiaridade atrai um grande número de pesquisadores brasileiros e estrangeiros e simultaneamente desperta a ambição de empreiteiras para construir complexos turísticos, portos e outros. A Uba-Lab tem promovido discussões com a comunidade sobre como construir um caminho de desenvolvimento respeitando e preservando o meio-ambiente e as comunidades tradicionais.


Wagner Martins, vice gerente da Fiocruz Brasília, mediou a mesa e disse que o  mundo estáem processo de transição para o “capitalismo cognitivo” observando-se uma migração da “força” muscular para a cerebral. Acrescentou que, no caso da ciência,  são quatro os quadrantes que competem: ciência fechada para o mercado, ciência fechada para a sociedade, ciência aberta mercado e ciência aberta par a sociedade.

 “Educação, Saúde,  Tecnologias Em Mar Aberto” é uma proposta da Fiocruz Brasília, realizada pela Escola Fiocruz de Governo (EFG) por meio do  Laboratório de Educação, Mediações Tecnológicas e Transdisciplinaridade em Saúde (LEMTES) e Núcleo de Educação à Distância (NEAD).  A atividade  também é uma disciplina do Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde, da Fiocruz Brasília. 

 

Clique aqui para acessar as fotos da atividade, produzidas por Sérgio Velho Junior.