Equidade, inclusão e cuidado em saúde foram os eixos centrais do Seminário Plurais, realizado pela Fiocruz Brasília na última segunda-feira (25). O encontro marcou o encerramento do curso Plurais – Educação Permanente para a Equidade no DF e promoveu um dia de trocas, escutas sensíveis e construção coletiva de caminhos para uma Atenção Primária à Saúde (APS) mais inclusiva e culturalmente sensível.
O evento reuniu gestores, profissionais da saúde, assistência social, educação, justiça e sociedade civil, além de lideranças comunitárias, pesquisadores, estudantes e instituições parceiras.
Para a pesquisadora da Fiocruz Brasília e coordenadora da capacitação, Mayara Araújo, o Plurais foi um espaço de transformação pessoal e coletiva. “Todo mundo que esteve no Plurais esteve de peito aberto. Parece simples falar em tratar o outro com igualdade, mas o curso trouxe algo muito mais profundo: uma autorreflexão, uma sensibilização. Trabalhar com pessoas em vulnerabilidade exige reconhecer privilégios e compreender a dor do outro. Não é empatia superficial, é enxergar o ser humano em sua dignidade. Seja tratar a pessoa transexual pelo nome que escolheu, seja compreender que quem está em situação de rua tem direito de entrar em uma UBS. Saio fortalecida como coordenadora, pesquisadora e, principalmente, como ser humano”, destacou.
A diretora executiva da Escola de Governo Fiocruz-Brasília, Luciana Sepúlveda, ressaltou a potência da instituição como espaço de construção de novas narrativas. “Ver todos os participantes do curso reunidos aqui é muito significativo. A Escola é um terreno fértil para plantar sonhos, perspectivas e horizontes. É um espaço de afeto, vínculo e abertura, onde podemos construir uma narrativa alternativa e nos reconectar com nossos sentimentos. A Fiocruz é, ao mesmo tempo, arte, cultura, ciência e cuidado. É o lugar ideal para essa tecitura”, afirmou.
Também participaram do Seminário o subsecretário de Atenção à Saúde do DF, Robinson Capucho; a representante da Opas, Silvia Fruet; a tutora do curso Bianca Costa Campos; as pesquisadoras e conteudistas Flávia Kolchraiber e Carmem Santana; além da educadora social Bel Santos Mayer.
Mostra de práticas e experiências
Ao longo do dia, os participantes compartilharam resultados, aprendizados e reflexões sobre o percurso formativo, além de pactuar novos caminhos para um Sistema Único de Saúde (SUS) mais equitativo.
A programação incluiu a 1ª Mostra Plurais: Equidade e Acesso à Saúde, espaço dedicado à apresentação de experiências, projetos e práticas intersetoriais comprometidas com a promoção de uma saúde mais justa e acessível.
Capacitação para o cuidado
Promovido pela Fiocruz Brasília, por meio do Núcleo de Populações em Situação de Vulnerabilidade e Saúde Mental na Atenção Básica (Nupop), o curso é realizado em parceria com a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), os Ministérios da Saúde e dos Direitos Humanos e da Cidadania, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR).
O Plurais – Equidade e Acesso à Saúde nasceu com a proposta de capacitar gestores e trabalhadores da APS da SES-DF para um atendimento mais qualificado às populações em situação de vulnerabilidade. A iniciativa já envolveu mais de 100 profissionais da APS e alcançou cerca de 60 Unidades Básicas de Saúde, em sete Regiões Administrativas do DF, valorizando a educação permanente, a mobilização social e a vigilância em saúde como caminhos para práticas mais humanas e integradas.