Retrospectiva Fiocruz 2016

Fiocruz Brasília 28 de dezembro de 2016


 

 

 

 

Para contar a história de 2016, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) selecionou 50 destaques entre as centenas de notícias das unidades da Fiocruz de todo o Brasil durante o ano. Na sequência ao lado, estão as Dez Mais de 2016. Abaixo, você confere os especiais produzidos pela AFN e as 40 reportagens mais relevantes, de janeiro a dezembro, da Agência Fiocruz de Notícias.

A emergência da crise relacionada ao zika no final de 2015 fez do vírus o grande protagonista da Saúde Pública brasileira em 2016. Na Fundação Oswaldo Cruz, pesquisadores de diversas unidades do país ajudaram a esclarecer o funcionamento do vírus e seus desdobramentos, como os casos de microcefalia em recém-nascidos e outras complicações neurológicas. Diante da gravidade do quadro, a AFN preparou um especial completo sobre o vírus, com todas as notícias publicadas sobre o zika, desde o ano passado até agora.

Outros temas também mereceram especiais da AFN durante 2016. As consequências da tragédia da Samarco e o desastre ambiental na bacia hidrográfica do rio Doce renderam balanço dos seis meses do rompimento da barragem de mineração. O suicídio como problema de Saúde Pública também mobilizou a atenção de especialistas da Fiocruz durante o Setembro Amarelo. Um evento internacional sobre álcool serviu para a atualização do especial Drogas e Saúde Pública. Por fim, em celebração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, em 1° de dezembro, a Agência Fiocruz de Notícias também reuniu as principais novidades da Fiocruz em relação ao agravo.

Em janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz comemorou a sanção do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que promove uma série de ações para o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico no país. Um estudo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) apontou, pela primeira vez, que a infecção intestinal por vermes está associada ao desenvolvimento da forma mucosa da leishmaniose tegumentar, apresentação mais grave desta doença. Outro destaque do IOC/Fiocruz em janeiro foi o  sequenciamento completo do genoma mitocondrial do parasito Onchocerca volvulus coletado no Brasil.

Em fevereiro, a Fiocruz e mais 20 instituições brasileiras assinaram um manifesto que alerta para a importância de acompanhar com cautela todo e qualquer projeto de reconstrução na área afetada pelo rompimento da barragem de Fundão da Mineradora Samarco. Outro destaque do mês foi a reportagem do sobre o cenário de intoxicações “invisíveis” no Rio, que fez parte da série Agrotóxicos: a história por trás dos números, realizada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

Em março, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) anunciou o desenvolvimento de um medicamento inovador voltado para crianças que vivem com HIV/Aids: o efavirenz pediátrico dispersível em água, elaborado a partir de nanotecnologia. Outra novidade foi o lançamento da plataforma digital do Observatório das Estratégias da Indústria do Tabaco da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Sobre a vacina contra a febre amarela, um grupo liderado por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) descobriu informações que podem contribuir para o aperfeiçoamento do método de fabricação do imunizante, substituindo o uso de embriões de galinha por um sistema de cultura de células.

Em meio à crise política do país, o mês de abril começou com o Manifesto do Conselho Deliberativo da Fiocruz em defesa da democracia e do Estado de Direito. No mesmo período, a Organização Mundial da Saúde (OMS) renovou a designação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) como Centro Colaborador para Leptospirose. Em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), a pesquisa da Fiocruz detectou a contaminação de mercúrio da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O mês também marcou um importante debate no Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) sobre a invisibilidade das condições crônicas na infância e os entraves à desospitalização.

Em maio, o Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz, em reunião extraordinária, aprovou por unanimidade uma Carta Aberta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das novidades que movimentou o mês foi o lançamento da Livraria Virtual da Editora Fiocruz, que oferece um novo canal de acesso aos livros, com mais eficiência, comodidade e segurança para seus clientes. Em parceria com a PUC-Rio e o Inmetro, o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) iniciou um projeto para desenvolver um sensor ótico capaz de dar suporte ao médico ginecologista no diagnóstico de câncer de colo do útero e de suas lesões precursoras.

O mês de junho teve como destaque o convite ao vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação, Jorge Bermudez, para integrar o Painel das Nações Unidas de Alto Nível sobre o Acesso a Medicamentos. Dos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), anunciou-se que uma substância extraída do aipo pode ser a base para o desenvolvimento de novos medicamentos contra a leishmaniose cutânea. Além de ser administrada por via oral, o que facilitaria seu uso em pacientes, a substância não apresentou efeitos tóxicos. Ainda em junho, outro estudo pioneiro do IOC/Fiocruz desvendou um dos mecanismos de escape que permite à bactéria da hanseníase continuar viva e se replicar nas células humanas.

Em julho, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) anunciaram avanços na busca por um tratamento para as leishmanioses que dispense o uso de injeções e tenha menos efeitos colaterais. No mesmo período, um debate no Viva Rio, com a presença do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, marcou o lançamento do documentário Crack repensar, produzido pelo selo Fiocruz Vídeo. Outro evento importante, em meio à grave crise política no país, foi a Semana de Comunicação da Fiocruz, que teve o objetivo de auxiliar na construção coletiva de uma Política de Comunicação institucional para a Fundação Oswaldo Cruz.

Em agosto, a Organização das Nações Unidas e a Fiocruz promoveram uma série de atividades pelo Dia Mundial da Juventude, em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Inspirado pelas Olimpíadas, o tema das celebrações foi definido como Juventudes, Esporte e Desenvolvimento: rota para 2030. Uma importante novidade anunciada no mês foi o início dos estudos clínicos de Fase II da vacina brasileira para esquistossomose, chamada de Vacina Sm14. Um estudo de pesquisadores da Fiocruz Minas jogou luz sobre os casos de recaídas de malária sofridas por pacientes que se submeteram ao tratamento da doença. Em uma iniciativa conjunta com a UFRJ, a Fiocruz também divulgou pesquisa que busca terapia alternativa contra a leucemia.

Em setembro, um seminário em Manguinhos discutiu o papel estratégico da Fiocruz no cumprimento da Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável. Um estudo com a participação do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) apontou que pelo menos 70% das causas de cegueira e grave comprometimento visual infantil poderiam ser evitadas ou possuem tratamento efetivo. Outra novidade do mês foi o dispositivo capaz de interromper lesões cerebrais em recém-nascidos com falta de oxigênio, reconhecido com prêmio internacional. Setembro também ficou marcado pelas atividades de comemoração dos dez anos do Ciência Móvel, do Museu da Vida.

Em outubro, um estudo de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) sobre formas de reduzir os impactos nocivos do processo inflamatório durante as infecções respiratórias foi premiado pela Fundação Mérieux. No mesmo mês, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e a UFRJ assinaram acordo para a construção do Centro de Referência Nacional em Farmoquímica para pesquisa e desenvolvimento de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA). Outra novidade importante foi a inauguração da Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica, com o propósito de apoiar as pesquisas que relacionam ambiente e saúde.

Em novembro, a Fiocruz Pernambuco iniciou o recrutamento de pessoas para participar da fase III dos testes da vacina da dengue, produzida pelo Butantan, no estado. A proposta é recrutar 1.200 pessoas. Um achado inédito publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz identificou vetores reconhecidos da doença de Chagas colonizando um ambiente domiciliar no Brasil. Outro marco do mês foi a realização do 1º Hackathon em Saúde da Fiocruz, maratona tecnológica de desenvolvimento de aplicativos e games para o sistema de Saúde Pública. Ainda em novembro, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) apresentou estudos promissores sobre novas soluções terapêuticas contra a malária.

Em dezembro, o Ministério da Saúde comunicou a adoção de uma metodologia inovadora desenvolvida pelo Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) para o tratamento de leishmaniose, garantindo maior segurança para a saúde do paciente. Outra boa notícia foi a inauguração oficial do Centro para Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador. No mesmo período, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) anunciou a publicação de catálogo com 200 espécies de helmintos, vasto conjunto de vermes que parasitam homens e animais. Preocupados com o aumento de picadas de escorpião em crianças, especialistas do Icict/Fiocruz e do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) promoveram seminário em Manguinhos.