Projeto Paulo Freire inicia segundo ciclo de formação com movimentos sociais

Fiocruz Brasília 6 de agosto de 2025


Com objetivo de fortalecê-los em seus territórios, o projeto contempla 11 movimentos presentes no Distrito Federal

 

Mateus Quevedo / Núcleo Angicos

 

A Escola de Governo Fiocruz-Brasília, por meio do Núcleo de Educação Popular, Cuidado e Participação em Saúde – Núcleo Angicos, iniciou junto aos movimentos sociais do Distrito Federal a segunda edição do Projeto Paulo Freire. Uma oficina de trabalho, realizada na terça-feira, 05 de agosto, marcou o início desta segunda fase do projeto.

 

“O projeto alia o conhecimento técnico-científico aos saberes populares, por meio de processos dialógicos e emancipatórios, e tem como foco central fortalecer os movimentos sociais nos territórios do Distrito Federal, com fomento à realização de ações junto a populações em situação de vulnerabilidade, promovendo a autonomia e o protagonismo dos sujeitos envolvidos, por meio da Educação Popular em Saúde como metodologia fundamental” apontou o coordenador do Núcleo Angicos, Osvaldo Bonetti, durante a cerimônia que abriu a programação.

 

A cerimônia de abertura também contou com a participação da diretora da EGF-Brasília, Luciana Sepúlveda, da coordenadora de projetos da Diretoria de Educação Popular da Secretaria Nacional de Participação Social da Presidência da República, Maria do Carmo Alves de Albuquerque, e dos parlamentares Gabriel Magno e Erika Kokay.

 

O projeto é voltado para representantes de movimentos sociais, profissionais de saúde, educadores populares e moradores de comunidades vulnerabilizadas. Ao reunir diferentes sujeitos com atuação nos diversos territórios do DF, o projeto estimula a troca de experiências, o fortalecimento das redes de cuidado e a articulação de coletivos mobilizadores comprometidos com o enfrentamento das desigualdades e com a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

A nova edição do projeto ampliou de seis para 11 o número de movimentos sociais contemplados, fortalecendo a atuação em territórios do Distrito Federal. A iniciativa tem como principal objetivo promover ações de saúde, combate à desinformação, incentivo à vacinação, fortalecimento da participação social e construção de redes solidárias de cuidado. De acordo com a coordenadora do projeto, Rozangela Camapum, a ampliação reforça o compromisso com o trabalho de base e o protagonismo dos movimentos sociais. “Cada movimento desenvolve atividades específicas com base em seu plano de atuação, propondo respostas concretas às demandas identificadas em seus contextos locais”, afirmou.

 

A programação contou ainda com um momento formativo sobre a obra Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire, conduzido por Maria Rocineide Ferreira da Silva, coordenadora-geral da Articulação Interfederativa e Participativa do Ministério da Saúde. O encontro abordou os princípios freirianos e sua relação com a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS), além de destacar como esses fundamentos orientam os projetos desenvolvidos nos territórios.

 

Presente no evento, a deputada federal Érika Kokay ressaltou a importância da esperança como motor de transformação social. “Paulo Freire nos fala das tranças e da amorosidade, e nos fala do esperançar. É uma forma de a esperança ser um instrumento de transformação da própria realidade. Por isso, estamos aqui, em nome de tantas pessoas, para reafirmar esses princípios”, enfatizou.

 

Os movimentos sociais contemplados nesta edição do projeto são: Casa Mãe das Águas (Ceilândia), Coletivo Mulheres do Sol e Ecosol Sol Nascente (Sol Nascente), Grupo Raízes – Juventudes, Meninas e Meninos Negros (Sobradinho), Instituto Rodrigo Caprini (Areal), Associação Obinrin Badu (Candangolândia), Ilê Axé Orá Xarará de Prata (Planaltina), Tulipas do Cerrado (Brazlândia), Distrito Drag e Movimento Pró-Saúde Mental do DF, que atuam em diversas regiões do Distrito Federal.