Beatriz Muchagata (CTIS/Fiocruz Brasília)
Wagner Martins, coordenador do CoLaboratório CTIS, integra roda de conversa sobre justiça territorial e climática na Green Zone, organizada pelo Ministério das Cidades

O coordenador do CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), da Fiocruz Brasília, Wagner Martins, participou, a convite da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério das Cidades, da roda de conversa “Justiça Territorial e Climática com Comunidades Tradicionais Quilombolas”, realizada na última quinta-feira (13), na Green Zone da COP30.
O encontro reuniu representantes de instituições governamentais, movimentos sociais e lideranças quilombolas para discutir os impactos da crise climática nos territórios, os déficits estruturais que afetam saúde e bem-estar e o papel dos saberes tradicionais como estratégias de adaptação e resiliência.
A mesa contou com a participação de Sâmia Nascimento Sulaiman, coordenadora-geral de Articulação e Parcerias da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades; Cláudio Márcio Lopes do Nascimento, secretário adjunto da Secretaria de Estado da Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará; Igina Mota Sales, coordenadora do MOCAMBO do Pará; e Arilson Ventura, coordenador da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
A moderação foi conduzida por Marilda Cohen, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério das Cidades, e por Candice Ballester, assessora técnica da mesma área. As mediadoras direcionaram perguntas aos convidados, aprofundando a reflexão sobre justiça territorial e os desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas.
A roda de conversa também contou com a presença da deputada estadual Iriny Lopes (PT–ES), que acompanhou o diálogo e as contribuições apresentadas pelos participantes.

A Wagner Martins coube a pergunta sobre saúde e bem-viver. Em sua fala, ele destacou como essas dimensões se conectam aos saberes tradicionais dos territórios ao mesmo tempo em que dialogam com o conhecimento produzido em espaços acadêmicos, como as universidades. Ele ressaltou que esse encontro de saberes fortalece estratégias de cuidado, resistência e construção de soluções diante dos impactos climáticos.
“O evento possibilitou o diálogo reflexivo sobre a justiça climática, a reparação histórica e a demarcação das terras quilombolas. A população quilombolas vive o racionalismo ambiental e a consequente ação impactante das mudanças climáticas extremas, acentuando as desigualdades sociais. A saúde coletiva é um processo que envolve todas as políticas públicas, sua transversalidade exige essa integração para que a sociedade melhore sua qualidade de vida. O papel da Fiocruz é promover essa integração estratégica nas periferias rurais e urbanas para eliminar as vulnerabilidades, afastando as ameaças e fortalecendo as potencialidades”, afirma Wagner Martins.
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