Fiocruz Brasília fortalece territórios com ações do CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) no Paraná

Fiocruz Brasília 11 de novembro de 2025


Fiorenza Cadore (CTIS/Fiocruz Brasília)


Parceria entre o CoLaboratório CTIS/Fiocruz Brasília e a Unicentro inicia projeto de extensão em Pinhão, no Paraná, voltado ao fortalecimento comunitário e ao desenvolvimento territorial saudável, sustentável e solidário

O município de Pinhão, no Paraná, recebeu, nos dias 8 e 9 de novembro, a Oficina de Diálogos Prospectivos Territoriais: Desenvolvimento Territorial Saudável, Sustentável e Solidário (TSSS), promovida pelo CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), da Fiocruz Brasília, em parceria com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). O encontro marcou o início da implementação de um projeto de extensão que une ciência, políticas públicas e saberes comunitários em prol do fortalecimento da saúde e da sustentabilidade local.

A mesa de abertura contou com representantes da Fiocruz, reitor da Unicentro, representante da secretaria municipal da saúde, da Itaipu Binacional, de movimentos sociais e comunitários, além de outros agentes municipais e professores da universidade.


O projeto, articulado pelo CoLaboratório CTIS, tem como objetivo aproximar a ciência das realidades locais, promovendo inovação social e autonomia dos territórios por meio de metodologias colaborativas. A iniciativa está alinhada à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco na integração entre políticas públicas, agricultura familiar e saúde coletiva.

A ação é resultado da parceria entre o CoLaboratório CTIS e o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário da Unicentro, com tramitação em andamento no campus de Irati. A coordenação local é conduzida pela pesquisadora Ione Rodrigues Correia, fisioterapeuta intensivista e estudiosa das redes colaborativas em saúde. O projeto reflete a proposta do CoLaboratório de unir ciência e saberes populares, valorizando a produção local de conhecimento e a articulação entre ciência, território e sociedade.

A oficina realizada em Pinhão inaugurou as atividades do projeto, reunindo lideranças comunitárias, movimentos sociais, cooperativas, instituições públicas e universidades em dois dias de reflexão e construção conjunta. O trabalho foi estruturado em quatro etapas: investigação territorial, cartografia social, construção de futuros possíveis e elaboração de um plano popular de ação, permitindo um mapeamento coletivo dos desafios e potencialidades do município.

A oficina também valorizou o protagonismo da juventude rural e dos saberes tradicionais. Durante as atividades, foram debatidas práticas locais de cuidado e medicina ancestral, que se somam ao conhecimento científico na promoção da saúde. O diálogo entre gerações e o reconhecimento das práticas tradicionais foram apontados como elementos centrais para a construção de um desenvolvimento territorial saudável e solidário.

“Mesmo diante da catastrófica situação que atingiu o território, provocada pela passagem do ciclone extratropical na região, a comunidade atendeu ao convite do CoLaboratório UniCentro/Fiocruz e de forma expressiva compareceu à Oficina de Diálogos Prospectivos. Foram dois dias de discussões sobre o genoma do território. A cultura, a sociobiodiversidade, a economia, a história, as relações políticas e sociais foram desvendadas por uma comunidade ávida por mudanças e um processo de desenvolvimento voltado para a vida e não para os negócios lucrativos. Construímos um belíssimo plano para ajudar a população a conduzir seu presente e construir seu futuro desejado baseado na ciência cidadã, na solidariedade agroecológica e no potencial cooperativo dos lutadores de Pinhão”, destacou Wagner Martins, coordenador do CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade da Fiocruz Brasília.

 

Próximos passos

Com a conclusão da oficina, a equipe do CoLaboratório CTIS/Fiocruz Brasília dará continuidade à segunda etapa do projeto, retornando ao município para apresentar as devolutivas do diagnóstico participativo e construir coletivamente estratégias de fortalecimento local. O objetivo é consolidar metodologias e ferramentas que possibilitem à comunidade atuar de forma autônoma na gestão e execução das ações.

As experiências desenvolvidas em Pinhão integrarão uma rede sociotécnica nacional criada pelo CoLaboratório CTIS, reunindo universidades, centros de pesquisa, serviços de saúde e organizações da sociedade civil comprometidas com o Desenvolvimento Territorial Saudável, Sustentável e Solidário.

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