PICS fortalecem formação do Programa de Residência para o Campo

Fiocruz Brasília 9 de setembro de 2025


Iris Pacheco (Psat/Fiocruz Brasília)

 

Durante os dias 01 a 05 de setembro, os residentes da 6° turma do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família com Ênfase na Saúde da População do Campo (PRMSFCampo) da Fiocruz Brasília participaram de aulas sobre Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que integram o V módulo do Programa. A iniciativa busca fortalecer as possíveis ações e estratégias de atuação em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) vinculadas à forma dinâmica que vivem as populações do campo.

 

Ao longo da semana, os residentes tiveram a oportunidade de construir conhecimentos acerca dos avanços das práticas integrativas e complementares oferecidas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS do Distrito Federal, o módulo realizado na Escola de Governo Fiocruz-Brasília, abordou desde o histórico a criação desta Política, abordando também as práticas que estão inclusas e como funciona sua implementação no SUS.

 

Além disso, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer, experienciar e se atualizar na gestão de algumas dessas práticas, entre as 29 práticas incorporadas na PNPIC e oferecidas no SUS do DF,  tais como, Auriculoterapia, Fitoterapia, Terapia Comunitária Integrativa, Tai Chi/Chi Kung, Biodanza, Antroposofia e a Técnica de Redução de Estresse (TRE).

 

A colaboradora da semana PICs e participante do Programa de Residência, Denise Cidade Cavalcanti comenta que “as Práticas Integrativas e Complementares consistem em abordagens terapêuticas tradicionais que têm como objetivo auxiliar os indivíduos no processo de prevenção ou tratamento de doenças e na promoção da saúde”, sinalizou. 

 

Logo, a perspectiva de cuidado neste caso, é compreendida em sua dimensão integral e ampliada. É o que a Residência busca privilegiar do ponto de vista de construção do conhecimento da Atenção Primária em saúde no campo. 

 

Vale ressaltar que, a Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI) é reconhecida mundialmente e a Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem uma estratégia global para orientar políticas públicas na próxima década, 2025-2034. O Brasil é um dos países de referência para as MTCI, principalmente no que diz respeito à integração no SUS. Resultado de um processo histórico da participação social junto à Conferência Nacional de Saúde para a consolidação de um modelo de atenção com acesso às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.

 

No entanto, ainda são poucas as iniciativas na saúde da população do campo, especialmente relacionados à ampliação do conceito de saúde e às formas de implementação da Política. Neste sentido, ter o apoio científico para assegurar atendimentos com qualidade e condições de acesso que priorizem a população do campo em sua especificidade, é fundamental.

 

É considerando essa perspectiva que a Coordenadora Pedagógica da VI Turma, Lenna Menezes, aponta. “O Programa tem como objetivo qualificar profissionais da área da saúde em nível de pós-graduação por meio da formação ensino serviço na Atenção Primária, com foco na atuação integrada junto às Equipes da Estratégia de Saúde da Família no contexto do campo, promovendo uma abordagem interdisciplinar, crítica e propositiva que abrange aspectos éticos, políticos e técnicos, estreitamente conectada com a realidade local, nacional e global, considerando suas inter-relações”.

 

Este processo de formação-ação é uma inovação pedagógica coordenada pelo Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho da Fiocruz (Psat) da Fiocruz Brasília e visa contribuir com a melhoria da realidade local dos povos do campo. Logo, a trajetória de busca da qualificação e ampliação desse processo de formação em andamento requer inovação e também o enfrentamento dos atuais desafios do SUS, para que se fortaleça a saúde em sua dimensão integral, considerando a diversidade da população brasileira e sua realidade sociocultural.

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