Com auditório lotado, a Fiocruz Brasília lançou, na última sexta-feira (12/9), o curso Mulheres e Envelhecimentos, que discute os desafios de saúde enfrentados por mulheres em processo de envelhecimento. A formação aborda, ainda, a interseccionalidade e as políticas públicas voltadas para o tema.
A formação é ofertada pela Fiocruz Brasília, por meio do Programa de Evidências para Políticas e Tecnologias em Saúde (Pepts) e do Núcleo de Saúde da Mulher (Nusame), em parceria com o Ministério da Saúde, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
Durante a solenidade de abertura, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, destacou a relevância da proposta. Segundo ela, refletir sobre a saúde da mulher significa abrir caminhos para oportunidades, cuidados e maior longevidade. “Uma curiosidade no nome do curso é a palavra envelhecimentos, com ‘s’ no final, para que possamos falar de um envelhecimento diverso, desigual, que envolve tanto o acesso quanto a negação de direitos, além das diferentes condições em que ocorre”, destacou.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do MDHC, Alexandre da Silva, ressaltou a necessidade de ampliar os direitos das mulheres idosas. Para ele, a formação cumpre esse papel ao dar visibilidade ao envelhecimento feminino e ao reconhecer a urgência de garantir protagonismo a essa população.
Para Jacira Silva, da liderança do Coletivo Mulheres Negras Baobá, a realização do curso representa motivo de orgulho por abordar o envelhecimento, tema ainda marcado pela invisibilidade e pelo preconceito. “Nós, mulheres negras, construímos e contribuímos para o projeto de vida e reparação”, afirmou, ressaltando a importância de uma oferta voltada especificamente para mulheres e de trabalhar os temas do envelhecimento.
Também participaram da abertura Maria Cristina Hoffmann, consultora nacional de Envelhecimento Saudável da Opas/OMS; Maria Cristina Pedro, coordenadora-geral de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde; e Jaqueline Mesquita, assessora parlamentar do gabinete da senadora Leila Barros.
A programação incluiu dois painéis. O primeiro, conduzido por Suzanne Serruya (Opas/OMS), abordou o panorama internacional sobre a saúde da mulher e envelhecimento no contexto da atuação dos profissionais da saúde. O segundo debateu envelhecimentos, interseccionalidades e políticas públicas, com participação da professora da Universidade de Brasília, Isabelle Chariglione. A mediação foi feita por Flávia Elias, coordenadora do Pepts e do curso, e por Tainá Raiol, coordenadora do Nusame.
Sobre o Curso
O curso está organizado em três módulos e totaliza seis aulas. O primeiro módulo aborda a trajetória de envelhecimento a partir do curso de vida e das determinações sociais na saúde. O segundo módulo trata da mortalidade e morbidade na saúde das mulheres, relacionando os aspectos psicossociais que afetam suas vidas. O terceiro módulo introduz sobre as políticas públicas para a saúde das mulheres no cenário das Américas, do Brasil e do Distrito Federal.
As inscrições estão abertas até 11 de novembro de 2025. Clique aqui e faça sua inscrição.
LEIA TAMBÉM