Residência em saúde: Fiocruz Brasília participa de evento que marca início da formação no Ministério da Saúde

Nathállia Gameiro 6 de agosto de 2025


A manhã da segunda-feira (4/8) marcou o início da formação de residentes em saúde que atuarão, ao longo dos próximos 60 dias, em diferentes áreas do Ministério da Saúde (MS), em Brasília, um dos espaços mais estratégicos da formulação e gestão das políticas públicas de saúde do país. A iniciativa é fruto de edital da pasta.

 

A cerimônia de acolhimento reuniu residentes de diversas áreas, como assistência social, enfermagem, psicologia e nutrição, que atuarão em diferentes secretarias do Ministério da Saúde: Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), além da Secretaria Executiva.

 

O compromisso histórico da Fundação com a formação de profissionais comprometidos com o Sistema Único de Saúde (SUS) foi destacado durante a cerimônia. A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, reforçou o papel da residência como elo entre formação, serviço e comunidade. “Vocês estão tendo uma oportunidade única de ver como o SUS acontece. E o SUS acontece por causa das pessoas que fazem ele acontecer”, disse. Ela reforçou que os residentes, ao ocuparem o território do Ministério da Saúde, acessam a pluralidade de experiências e têm contato direto com a formulação coletiva das políticas públicas. “É nesse tipo de inserção que a gente aprende como o SUS funciona e porque ele é tão essencial à sociedade brasileira”, finalizou.


A diretora executiva da Escola de Governo Fiocruz-Brasília, Luciana Sepúlveda, reforçou que é preciso construir o entendimento de como funciona a gestão, visando qualificar e melhorar o acesso e a qualidade da saúde da população brasileira. “Do gestor mais macro ao pequeno gestor de cada equipamento e serviço, a gente tem que construir esse entendimento e essa visão do todo”, completou. Para ela, a iniciativa fortalece o grande território educativo formado pelas instituições e unidades de gestão e formação, e vai qualificar e melhorar a gestão da nossa saúde pelo Brasil afora.

O evento contou ainda com a participação de Dandara Macedo, do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Fiocruz Brasília. Para ela, estágio dentro do Ministério da Saúde é mais do que uma oportunidade de aprendizado técnico, é um chamado à defesa do sistema público de saúde e da própria democracia. “Sem democracia e sem soberania, também não temos como fazer a defesa intransigente do nosso Sistema Único de Saúde. Que em cada espaço que vocês ocuparem, possam levar essa bandeira do SUS”, afirmou. Ela celebrou a abertura do espaço institucional como ambiente formativo e ressaltou que a residência é uma estratégia cada vez mais fortalecida, reafirmando o compromisso com a qualificação do SUS e desses profissionais.

 

Investimento nas residências

Papel do MS como espaço de produção de conhecimento e celebrou o avanço da política de residência e a assinatura de um documento que permitirá a expansão dos estágios para até 80 unidades do Ministério da Saúde em todo o Brasil, abrangendo uma diversidade significativa de territórios e realidades.

A coordenadora-geral de Residências em Saúde do Ministério da Saúde, Priscilla Azevedo, detalhou os esforços institucionais para ampliar e valorizar os programas de residência. “Hoje, o Ministério da Saúde financia mais de 32 mil residentes em todo o país, com previsão de criação de mais 4 mil novas bolsas já no próximo ano.” Ela também destacou o papel estratégico dos residentes nos serviços de saúde. “Investir nas residências é fortalecer o sistema de saúde. Os residentes têm um papel fundamental, seja na atenção, seja na gestão.”


Já a coordenadora-geral de gestão de pessoas do MS, Etel Matielo, lembrou que os residentes não apenas se formam nos espaços institucionais, mas também transformam as práticas e os profissionais ao seu redor. “Ao mesmo tempo que vocês se formam, vocês também nos formam. Esse vigor da juventude, esse dinamismo, esse questionamento são fundamentais para o próprio Ministério da Saúde. Aqui é um território fértil para quem quer aprender com a realidade”, finalizou. 

O Subsecretário Adjunto de Assuntos Administrativos do MS, Donizete Simioni, falou sobre o desafio de gerir um sistema com as dimensões do SUS:
“Muitas vezes chamam de gasto, mas o investimento em saúde é o mais importante para um país como o nosso. São R$ 246 bilhões no orçamento de 2025 e ainda é insuficiente diante das necessidades da população.” Para ele, os residentes desempenham papel importante como agentes de transformação e inovação. “Estamos falando da maior política pública do Brasil, e vocês agora fazem parte dela”, destacou.


Ao longo dos próximos dois meses, os profissionais em formação vivenciarão de perto os desafios da gestão pública e poderão contribuir ativamente para o fortalecimento do SUS.

 

Confira aqui as fotos do evento

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