Formação fortalece autonomia de mulheres e inaugura sete hortas comunitárias no Rio Grande do Sul

Fernando Pinto 18 de novembro de 2025


Iris Pacheco (Psat/Fiocruz Brasília)

 

O projeto de formação-ação das Agentes Populares de Equidade em Saúde concluiu um ciclo marcante no Rio Grande do Sul, formando mais de 150 mulheres em sete territórios do estado, além de inaugurar sete hortas e hortos comunitários que simbolizam a continuidade do trabalho e das relações construídas ao longo do curso.

 

Durante quatro meses, as participantes se envolveram em atividades de formação sobre cultura, território, promoção da saúde, equidade e participação social. O processo, conduzido pela Fiocruz Brasília, por meio do Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT), em parceria com o mandato da deputada federal Daiana Santos (PCdoB/RS), foi mais do que um curso: tornou-se um espaço de fortalecimento coletivo, acolhimento e criação de novas perspectivas de autonomia.

 

“É importante que o SUS chegue aos territórios… É para isso que a gente luta, para construir ponte para um futuro com mulheres conscientes da sua própria saúde, mas também do território. É assim que a gente avança com um SUS para todas”, ressaltou a parlamentar.

 

A iniciativa trouxe uma dimensão especialmente transformadora ao focar no protagonismo feminino. As mulheres — muitas delas moradoras de territórios vulnerabilizados — encontraram na formação não apenas novos conhecimentos, mas também instrumentos concretos para atuar em suas comunidades, reconhecer seu poder de decisão e se colocar como agentes de promoção da saúde e direitos.

 

Para Marly Cruz, vice-Presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, falar de agentes populares e de equidade é falar de uma formação no território voltada justamente para as necessidades e particularidades dessas mulheres e seus territórios, de forma que, possa compor uma ação de saúde integral.

 

“É fundamental que a gente possa ver o brilho nos olhos e a alegria dessas mulheres que já estão fazendo a diferença em seus territórios. É isso que a Fiocruz está apostando, em uma formação que seja feita de forma conjunta, valorizando os saberes locais e os potenciais existentes nesses territórios”, concluiu.

 

Ao final da formação, nasceram sete hortos e hortas comunitárias, construídos de forma colaborativa pelas participantes. Esses espaços vivos agora seguem como pontos permanentes de cuidado, encontro e partilha, fortalecendo a soberania alimentar, o pertencimento e a organização comunitária.

 

“A gente vai continuar cuidando e fazendo isso acontecer em nossas vidas”, sintetizou uma das participantes durante a celebração de mais um momento de autonomia, afeto e saúde coletiva.

 

A formatura do Curso Livre de Formação-Ação de Agentes Populares de Equidade reafirmou o compromisso com políticas públicas que colocam mulheres no centro das estratégias de cuidado e transformação social. Em cada território, a experiência demonstrou que a promoção da saúde só se realiza plenamente quando inclui o fortalecimento do protagonismo feminino e o reconhecimento dos saberes locais.

 

Com o plantio das primeiras mudas, floresce também uma nova história: a continuidade do trabalho em rede, sustentado pela potência das mulheres que assumem o papel de guardiãs da saúde, da terra e da vida em seus territórios.

 

Fotos: @dalcinfilms