No evento foi apresentada a Estação de Processamento de Plantas Medicinais desenvolvida em Limoeiro do Ajuru (PA), uma parceira Fiocruz e Contag
Fiorenza Cadore
Nesta segunda-feira (17/11), a Fiocruz Brasília, por meio do CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), e em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), participou do painel “Um chá para a febre global: a Agricultura Familiar e soluções baseadas na natureza”, realizado no Espaço Embrapa – AgriZone, durante a COP-30. O encontro destacou o papel estratégico da agricultura familiar na produção sustentável e nas respostas às mudanças climáticas, com foco especial na bioeconomia das plantas medicinais.
O ponto central da participação foi a apresentação da Estação de Processamento de Plantas Medicinais, tecnologia social desenvolvida em Limoeiro do Ajuru (PA), que articula agricultura familiar, saúde e preservação ambiental. A unidade integra saberes tradicionais, agroecologia e princípios de Saúde Única (One Health), fortalecendo cadeias produtivas sustentáveis e solidárias.
Durante o painel, debatedores discutiram como a produção de plantas medicinais pode apoiar políticas públicas de saúde e clima, incorporando conhecimentos tradicionais e promovendo alternativas ecológicas à agricultura convencional.
Para o coordenador do CoLaboratório CTIS, professor Wagner de Jesus Martins, a iniciativa representa um avanço relevante para a bioeconomia amazônica. “A Bioeconomia das Plantas Medicinais na Amazônia ganhou um aliado importante para que possamos desenvolver a tecnociência solidária que, além de gerar renda para as mulheres extrativistas e da agricultura familiar, vai promover a justiça climática ajudando a preservar a floresta com agroecologia e solidariedade. A Estação vai processar insumos naturais e gerar produtos para a cadeia de alimentação e de cosméticos, mas, principalmente, para a saúde. A Fiocruz e a Contag estão conseguindo construir uma política pública com base no genoma territorial, na identidade do território e na necessidade das pessoas, que está integrando vários ministérios e organizações da sociedade civil. A mesa organizada pela Contag e a Fiocruz demonstrou isso muito claramente”, destacou Wagner Martins.
O painel foi promovido pela Contag, Fiocruz, UFRGS, Lancet Countdown Latinoamérica e Planetary Health Alliance, reforçando a importância da colaboração interinstitucional para enfrentar desafios climáticos, fortalecer a agricultura familiar e promover uma transição sustentável para o país.