Relato de Malu Guimarães (Setembro/2025)
Sou Malu Guimarães, sanitarista, formada pela Universidade de Brasília (UnB), e foi nessa instituição que comecei a minha trajetória na saúde pública. A graduação em Saúde Coletiva não era minha primeira opção, mas nas primeiras aulas já me apaixonei pelo curso e fui apresentada à área de vigilância em saúde — que se tornou meu sonho. Foi nesse momento que percebi que havia feito a escolha certa. Sempre fui curiosa, sempre tive um instinto “investigativo”. Dessa forma, me identifiquei com o olhar da vigilância, de enxergar o coletivo e antecipar riscos. Ao longo da minha graduação, a Fiocruz já aparecia como referência constante em diversas disciplinas e atividades, mas foi durante a pandemia de covid-19, em 2020, que a instituição se tornou ainda mais evidente para mim e para o país inteiro.
No fim da graduação, ao pensar nas possibilidades que eu poderia seguir ao me formar, alguns professores falaram sobre o Programa de Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde. Quando foi anunciado o primeiro processo seletivo da Escola de Governo Fiocruz – Brasília, não tive dúvidas de que era ali que eu queria estar. A Fiocruz, desde o começo, representou para mim a continuidade ideal para minha formação, unindo prática e teoria em um cenário real de atuação.
Durante a residência, tenho vivenciado de forma intensa e transformadora o cotidiano da vigilância em saúde. No meu primeiro campo, atuei na vigilância epidemiológica e, no segundo, na vigilância sanitária. Nos dois cenários, pude ver de perto as ações da vigilância e o quanto elas são essenciais para entender e transformar os territórios, reconhecendo suas vulnerabilidades, especificidades e riscos. Trata-se de uma atuação estratégica, que promove o monitoramento e o controle de agravos à saúde de forma coletiva, indo muito além do olhar técnico.
A residência tem sido um grande diferencial na minha trajetória profissional e pessoal. Mais do que aprender, tenho vivido a saúde pública em sua complexidade, em sua potência e em sua urgência. Acredito profundamente que a vigilância em saúde, ao reconhecer e intervir nas necessidades de um território, é capaz de promover qualidade de vida, autonomia e justiça social. Fazer parte da Fiocruz é um privilégio e uma missão de seguir construindo minha história como sanitarista.
“Dê Letras à Sua Ação” busca divulgar artigos assinados por colaboradores e estudantes da Fiocruz Brasília sobre iniciativas relacionadas a seus trabalhos ou de seus colegas. Os relatos são de responsabilidade de seus autores.
Fotos: Acervo Pessoal