A Fiocruz Brasília iniciou, na última terça-feira (9), a nova turma Centro-Oeste do Curso de Especialização EpiSUS. A aula inaugural foi marcada por celebração e reconhecimento do papel estratégico da formação para o fortalecimento da vigilância em saúde no Brasil. A iniciativa reúne profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) em um processo formativo que alia teoria e prática, com o objetivo de ampliar a capacidade de resposta a emergências de saúde pública em todo o país.
O coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília, Claudio Maierovitch, enfatizou o caráter pioneiro da especialização no Brasil e sua relevância para a consolidação da vigilância em saúde. “O EpiSUS é a primeira e única especialização formal em epidemiologia de campo existente no país. Mais de 95% dos especialistas certificados no Brasil passaram por aqui. Nosso objetivo é formar profissionais que falem a língua da epidemiologia, aplicando o método científico à saúde para buscar causas, determinantes, medidas de prevenção e correções necessárias. Isso transforma não só a prática profissional, mas também a forma de olhar para o mundo”, disse.
O médico sanitarista destacou, ainda, que o curso busca consolidar um campo de atuação cada vez mais conectado com a atenção primária e outros níveis do sistema de saúde, ampliando a capacidade de resposta do SUS. Durante a cerimônia, foi lembrado que o curso representa mais que a formação acadêmica de especialistas, é um passo fundamental para a consolidação da vigilância em saúde e a proteção da população brasileira. “Sabemos que decisões mais bem embasadas e melhor preparo para responder às emergências se traduzem em mais qualidade para os serviços de saúde e em mais segurança para a população”, reforçou Maierovitch.
Criado em 2019, o nível intermediário do EpiSUS teve sua primeira turma com 19 profissionais. Dois anos depois, em meio aos desafios da pandemia de covid-19, o curso foi adaptado para o formato híbrido, ampliando seu alcance e possibilitando a formação de centenas de especialistas em diferentes regiões. Desde então, a trajetória foi de expansão. Hoje, o Brasil já conta com 783 profissionais formados em epidemiologia de campo.
De acordo com o coordenador do curso, Agenor Álvares, esse resultado só foi possível graças à parceria entre a Fiocruz Brasília e o Ministério da Saúde. Agenor reforçou a importância da dedicação dos participantes e da seriedade do processo formativo e relembrou os desafios enfrentados ao longo da história do curso, especialmente na adaptação durante a pandemia, ressaltando que manter a essência e a qualidade da formação sempre foi prioridade. “Nossa missão é garantir qualidade e compromisso naquilo que fazemos no serviço de saúde”, enfatizou.
Já a diretora executiva da Escola de Governo Fiocruz-Brasília, Luciana Sepúlveda, destacou que o curso representa inovação e compromisso coletivo. “Cada turma que passa aqui nos ensina. A troca entre vocês e conosco faz parte do processo de aprendizagem, tanto individual quanto institucional. Este é um espaço por onde circulam profissionais que têm capacidade de transformação, seja no cuidado, na atuação técnica ou na gestão. É uma alegria estarmos reunidos para receber esta nova turma, com a certeza de que botar a mão na massa é o que faz a gente aprender da melhor forma possível”, afirmou. Ela também destacou a dedicação dos profissionais que, mesmo diante das exigências da rotina no SUS, optaram por investir tempo e energia nessa formação.
A gerente de Epidemiologia do Campo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Priscilleyne Reis, e a coordenadora-geral de Preparação para Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Taynná Vernalha, também marcaram presença no evento. Dando sequência ao cronograma de aulas, a turma está reunida na Fiocruz Brasília durante toda a semana.
O EpiSUS reúne profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) em um processo formativo que alia teoria e prática, com foco no aprimoramento da capacidade de resposta a emergências em saúde pública em todo o país. O curso é fruto de uma parceria entre o Departamento de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS) e a Fiocruz Brasília, por meio do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (NEVS) e da Escola de Governo Fiocruz-Brasília.
A metodologia do “aprender fazendo” é uma das marcas do programa, que integra teoria e prática diretamente nos serviços de saúde. O objetivo é desenvolver competências para identificar, investigar, responder e comunicar eventos prioritários de saúde pública, além de qualificar o uso e a análise de dados.