O Instituto de Tecnologia de Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) já forneceu 1 milhão de doses de vacinas contra febre amarela para ajudar a controlar a epidemia da doença em Angola, onde já constam 2.420 casos suspeitos e 298 mortes desde o início de 2016.

A gerente do Departamento de Relações com o Mercado do Instituto, Denise Lobo, explica que o acordo de fornecimento, realizado por meio da Organização Mundial de Saúde (OMS) com apoio da ONG Path (de saúde global), tem previsão de reunir 18 milhões de doses, sendo 5,6 milhões delas oriundas de Bio-Manguinhos.

A missão do Instituto, lembra a gerente, é atender prioritariamente o Brasil, mas destinar o excedente de produção para o exterior. No entanto, a proliferação da doença este ano está além das expectativas da OMS e o atendimento às demandas tem sido um desafio para os fabricantes.

Especialistas da OMS atribuem a evolução da febre amarela na Áf rica a três fatores: ao fenômeno El Niño, que alterou o clima e propiciou aumento da população do mosquito Aedes aegypti (transmissor da doença e, também, dos vírus zika, dengue e chikungunya); ao desinvestimento em saúde, com as condições sanitárias precárias; e à crise econômica causada pela queda do preço do petróleo nos mercados internacionais.

Uma das alternativas para se aumentar produção de vacinas é a redução da quantidade de imunizante em cada dose. Estudos realizados em adultos apontam para a possibilidade de a vacina continuar eficaz e segura mesmo com mudanças em sua formulação. A intenção agora é promover um estudo clínico em crianças.

 Bio-Manguinhos tem atuação destacada no cenário internacional devido à exportação do excedente de sua produção para 74 países, por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Unicef. Desde 2001, o Instituto é pré-qualificado pela OMS para o fornecimento da vacina febre amarela e, em 2008, para a vacina meningocócica AC. Cerca de 160 milhões de doses da vacina febre amarela foram exportadas para agências das Nações Unidas, desde a obtenção da pré-qualificação.

Veja mais no site de Bio-Manguinhos.

Mais sobre a febre amarela no site da Agência Fiocruz de Notícias.