Professores de escolas públicas do Distrito Federal participaram do Curso de atualização pedagógica para trabalhar Segurança Alimentar e Nutricional e Agroecologia no Espaço Escolar. A formação integra as atividades do Fórum Ciência e Sociedade, realizado pela Fiocruz Brasília.
Realizado pela Fiocruz Brasília, por meio do Programa de Educação, Cultura e Saúde (Pecs), em parceria com diversas instituições de pesquisa e educação, o Fórum vem sendo realizado há 14 anos e promove encontros nacionais anuais e, a cada dois anos, os internacionais. Em 2015, o encontro internacional aconteceu entre os dias 18 e 23 de outubro, em Arras, norte da França.
O foco da formação é em temas pouco abordados em salas de aula com os estudantes, como ciência e tecnologia, segurança alimentar e promoção da saúde. Participaram professores de física, informática, ciências, matemática, biologia e educação física das escolas Centro Educacional 6, Centro de Ensino Médio 02 e Centro de Ensino Médio Integrado do Gama.
No total, 80 alunos serão selecionados e acompanhados pelos professores. Para a coordenadora do projeto, Luciana Sepúlveda, esta é uma oportunidade de o aluno conhecer uma realidade que ainda é distante e levar o tema para a prática do dia a dia. Os estudantes poderão trabalhar o tema na comunidade escolar e em casa, como uma forma de replicar os conhecimentos aprendidos. “Os espaços da educação não se limitam ao ambiente escolar”, ressaltou.
A professora Sandra Enoe, do Centro Educacional 6 do Gama, afirma que o Fórum é uma forma de trazer a pesquisa para o estudante participar de um projeto diferente. “O aluno já vai se familiarizar com a pesquisa, não vai ser algo tão novo quando ele chegar na graduação”, explicou.
O professor Adriano Teixeira do Centro de Ensino Médio Integrado, já conhecia o Fórum por ter participado da edição de 2004. Ele caracteriza o projeto como enriquecedor e afirma que abriu horizontes para temas que ele não conhecia, como o conceito de segurança alimentar nutricional.
Teixeira está entusiasmado com o tema. Ele tem a expectativa de saber mais sobre a política pública e já tem ideias de como pode trabalhar com os alunos: oficinas, viveiro e horta urbana na escola que pode ser aproveitada para o almoço dos estudantes. “Eles produziriam o alimento que vão consumir”, explica.
O professor pretende desenvolver um projeto para estudantes do ensino fundamental, com o objetivo de mudar a concepção dos jovens com relação à qualidade da comida que eles consomem, como fast foods, alimentos com gordura, óleo, carboidratos. Ele pretende alertar sobre a diversidade de alimentos disponíveis. “É importante, se eu tiver o conhecimento, consigo despertar o interesse do aluno para alimentos variados e saudáveis. Para o desenvolvimento sadio, a alimentação é fundamental”, ressaltou.
Este ano, o formato da atividade tem novidades, dividida em três módulos: formação, sensibilização e discussão. Depois do curso de formação, o próximo passo é a visita de campo com os alunos. E em novembro, pesquisadores, estudantes, docentes e sociedade civil estarão reunidos na Fiocruz Brasília para os debates sobre a educação não-formal para a promoção da saúde, divulgação da ciência e tecnologia e popularização da ciência. O evento reúne cerca de 200 estudantes de nível médio, além de pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa, gestores públicos e movimento social, para discutir temas como agroecologia, alimentação, sustentabilidade, erradicação da miséria, e assim, trocar experiências, compartilhar conhecimento por meio da educação não-formal, dar voz aos jovens estudantes e desmistificar a ciência.
Tecnologia educacional
O Fórum Ciência e Sociedade foi reconhecido pelo Ministério da Educação como uma Tecnologia Educacional. Assim, passou a integrar o Guia de Tecnologias Educacionais do MEC. A publicação visa a oferecer aos gestores educacionais uma ferramenta a mais que os auxilie na aquisição de materiais e tecnologias para uso nas escolas públicas brasileiras.