Doses de vacina e informação

Fernanda Marques 16 de novembro de 2022


Compreender a origem e o impacto da disseminação de desinformações, a fim de estabelecer estratégias para lidar com esse desafio, em especial em relação ao tema das vacinas nas mídias sociais: com esse objetivo, o III Seminário Internacional e VII Seminário Nacional As Relações da Saúde Pública com a Imprensa recebeu, na tarde do dia 10 de novembro, Santosh Vijaykumar, pesquisador da Universidade Northumbria, no Reino Unido; e Patrícia de Luca, coordenadora do Fórum Intersetorial de Combate às Doenças Crônicas Não-Transmissíveis no Brasil. O debate contou com a moderação de Wagner Vasconcelos, coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília.

 

Ao comentar o contexto político-social da Covid-19, Santosh destacou o embate entre autoridades com visões diferentes para o enfrentamento da pandemia: de um lado, os que defendiam medidas como distanciamento social e uso de máscara; de outro, os que enfatizavam o custo econômico dessas medidas e apostavam na imunidade de rebanho. “Circulavam muitas informações conflitantes e as informações também mudavam dia a dia”, lembrou. Esse cenário, somado a problemas no sistema de saúde, acarretou uma perda de confiança nas autoridades e instituições, acarretando situações de hesitação vacinal e recusa das vacinas. Segundo Santosh, minorias étnicas estavam entre os grupos mais afetados pelas baixas coberturas vacinais.

 

Como ações de comunicação importantes para reverter esse quadro, o palestrante citou parcerias com lideranças comunitárias locais e campanhas com pessoas influentes nas mídias sociais, voltadas, sobretudo, para o público jovem. “A faixa dos 12 aos 30 anos deve ser um grupo prioritário para iniciativas que fortaleçam a resiliência à desinformação, pois constituem um grupo ativo em uma variedade de plataformas”, defendeu Santosh, que apresentou também os resultados de uma pesquisa sobre fake news no WhatsApp

 

Já Patrícia falou da atuação do Fórum DCNTS para que as pessoas mais vulneráveis, como as com condições crônicas não transmissíveis, fossem priorizadas nos planos de vacinação da Covid-19. Ela também traçou um breve panorama histórico mostrando o papel das vacinas no aumento da expectativa de vida da população. Após lembrar as grandes campanhas de vacinação, que, algumas décadas atrás, mobilizavam todo o país, lamentou as atuais baixas coberturas vacinais e suas consequências – como o retorno do sarampo. “O sucesso das vacinas requer um pensamento coletivo para garantir a qualidade de vida de todos”, enfatizou.

 

Para assistir à íntegra do debate, clique aqui.    

 

As fotos do evento estão disponíveis no Flickr da instituição

 


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