Valéria Vasconcelos Padrão

O evento será realizado no dia 27 de novembro, em homenagem ao Dia da Consciência Negra

Roda de conversa denominada “Com Ciência Negra: diversidade e equidade na perspectiva étnico-racial” e a inauguração de um núcleo cenográfico da exposição “Morar em Liberdade” contemplando a pauta étnico-racional são atividades a serem realizadas, no dia 27 de novembro, na Fiocruz Brasília em homenagem ao Dia da Consciência Negra, ocorrido no dia 20 de novembro. O evento é organizado pelo Comitê Pró-equidade de Raça e Gênero da Fiocruz Brasília.

A instalação “Morar em Liberdade: 15 Anos do Programa de Volta para Casa” contém imagens fotográficas e videográficas que retratam o cotidiano dos egressos do sistema psiquiátrico de Barbacena (MG), em dois momentos cronológicos: 2007 e 2018. A montagem será feita de modo gradual, na primeira etapa constarão fotos de pessoas da raça negra, aos poucos serão agregadas novas imagens observando a construção de pistas (perguntas) mobilizadoras para as próximas atividades do Ciclos de Aprendizagem.

O Programa de Volta para Casa hoje atende mais de quatro mil pessoas, foi instituído em 2003 e prevê o pagamento mensal de um benefício (chamado de auxílio-reabilitação) no valor de R$ 412,00 para pessoas com histórico de longos períodos de internação em hospitais psiquiátricos (ao menos dois anos ininterruptos). O objetivo do Programa, como parte das estratégias de desinstitucionalização da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, é colaborar com a inclusão social das pessoas que vivem com sofrimentos psíquicos, favorecer o convívio social em comunidade e assegurar o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania.

A Roda de conversa “Com Ciência Negra: diversidade e equidade na perspectiva étnico-racial“ será realizada às 14h30, nas dependências da Escola Fiocruz de Governo da Fiocruz Brasília. O debate é direcionado para a comunidade da pesquisadores e coletivos que desenvolvem ações de educomunicação, cultura, pesquisa e educação no Distrito Federal, que trabalham de forma transversal a diversidade e equidade étnico-racial. 

Foram convidados para a Roda: Elias Lima Batista, militante da luta antimanicomicomial do Distrito Federal, reside em Ceilândia Norte e fez a 1ª formação em audiovisual com a TV Pinel em 2008; Andrey  Rosental,  aluno do Mestrado  Profissional da EFG; João Negrão, da Casa Manga com Leite;  Dany Black, da Promotoras Legais Populares e Vez e Voz e Fernando  Rocha do Programa de Educação, Cultura e Saúde (Pecs) da Fiocruz Brasília e representantes da cultura hip-hop, e as pesquisadoras da Fiocruz Brasília Denise Oliveira,  Maria do Socorro Souza e Bruna Oliveira.

Comitê

O Comitê Pró-equidade de Raça e Gênero da Fiocruz em âmbito nacional e da Fiocruz Brasília se orientam pela “Diretriz 03” do Congresso Interno da Fiocruz, que direciona para uma ampliação da relação com os movimentos sociais e das políticas internas voltadas para trabalhadores, estudantes e usuários dos serviços, com o compromisso do papel da Fiocruz na defesa da diversidade geracional, de gênero e racial e da inclusão da pessoa com deficiência e pessoas com patologias, estimulando a incorporação dessas temáticas em seus programas de ensino, pesquisa e cooperação.

Assim, a Fiocruz Brasília adotou como estratégia desenvolver estas ações por meio de Ciclo de Aprendizagens da Escola Fiocruz de Governo, como forma de recursos abertos e presenciais de aprendizagem, com a temática em prol da Equidade e da Diversidade como princípios de direitos de cidadania e ética. Promovendo a equidade na instituição, combatendo todas as formas de intolerância e discriminação decorrentes de diferenças sociais, geracionais, raciais, étnicas, religiosas, de gênero e de orientação sexual, desenvolver ações afirmativas, que contribuam para reduzir as desigualdades de gênero e de raça.