Brasília 60 anos: Fiocruz consolida atuação na capital federal e entorno

Nathállia Gameiro 21 de abril de 2020


Nathállia Gameiro

Há 43 anos, a Fundação Oswaldo Cruz iniciou sua história em Brasília. Durante esse tempo, a unidade teve um expressivo crescimento e reconhecimento na cidade

 

Brasília completa 60 anos nesta terça-feira, 21 de abril. É conhecida por diversos aspectos: desde a arquitetura e o planejamento urbanístico em formato popularmente conhecido como de um avião às tesourinhas que dão acesso às ruas e superquadras; pelos cartões postais e o céu que brinda os moradores com um pôr-do-sol impressionante a cada dia; pelo clima seco no inverno e as quatro estações do ano vividas em um só dia, além da beleza dos espaços verdes e dos ipês que secam e florescem todos os anos; até pelo respeito à faixa de pedestre e a grande mistura de sotaques, gírias e culturas brasileiras que habitam o Distrito Federal.

 

A Fundação Oswaldo Cruz, que completará 120 anos em maio deste ano, iniciou sua história na capital federal há 43 anos. Durante esse tempo, a unidade teve um expressivo crescimento e reconhecimento na cidade, com o seu compromisso de fortalecimento do Sistema Único de Saúde. A Fiocruz, que iniciou sua trajetória institucional com a produção de vacinas e soros em plena época da peste bubônica, em 1900, atualmente é reconhecida como a mais importante instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Mais uma vez cumpre o seu compromisso com a sociedade, com o conjunto de ações de enfrentamento à Covid-19, tendo sido nomeada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como referência laboratorial para coronavírus nas Américas. 

 

A sua chegada à capital federal se deu quando Brasília ainda era jovem, em 1976 quando o então vice-presidente da Fundação, Vinícius Fonseca, decidiu montar um escritório representativo na cidade, localizado em uma sala na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e, no ano seguinte, no edifício do Ministério da Saúde, com cerca de 10 colaboradores. De lá para cá, a unidade reconfigurou o seu papel institucional, a fim de contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento das políticas públicas de todo o Distrito Federal.

 

O crescimento da Fiocruz acompanhou a expansão de Brasília, não se limitando ao “quadradinho”, como é carinhosamente chamada pelos moradores da cidade. A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, destaca a intensa articulação da unidade com os três Poderes da União, com as unidades regionais da Fiocruz, instituições de ensino e pesquisa, com destaque para a UnB, organizações não governamentais e redes sociais locais no sentido de colaborar com o desenvolvimento de políticas públicas que sejam capazes atender às demandas da população e do SUS. “A extensa rede de relações que construímos tem nos permitido identificar as possibilidades de ampliação da nossa atuação, de modo a fortalecer a capacidade institucional de dar respostas às demandas da população e fortalecer as políticas sociais e de saúde, em especial às do DF”, afirma a diretora. Dentre as ações desenvolvidas, destaca-se a educação como um dos principais eixos.


A Escola de Governo vem atuando de forma bastante ativa por meio dos programas de lato e stricto sensu presenciais e à distância já conta com mais de 22 mil egressos. Além disso, Secretaria Executiva da Universidade Aberta do SUS – UNASUS, que completa 10 anos em 2020, tem garantido o amplo uso das mediações tecnológicas para capacitar trabalhadores do SUS distribuídos em todo o país . Outro eixo importante de atuação da Fiocruz Brasília é a inteligência. Por meio dos programas e projetos, são realizadas ações estratégicas e pesquisas que abarcam desde a compreensão dos fenômenos científicos da saúde até um conjunto de ações desenvolvidas junto aos nossos diversos grupos populacionais. Quando aborda esses programas e projetos, Damásio se refere à atuação da Fiocruz Brasília em diversas áreas, como direito sanitário, alimentação e nutrição, educação e saúde, ambiente e trabalho, epidemiologia e vigilância e saúde, tecnologias de saúde, comunicação em saúde e bioética e diplomacia em saúde que são realizados para auxiliar a população, profissionais de saúde e nas tomadas de decisões de gestores. A preocupação com as populações vulneráveis também é uma premissa da instituição, que desenvolve projetos em territórios do Distrito Federal como Ceilândia, Planaltina e Estrutural.

 

A unidade da Fiocruz em Brasília tem outra coisa em comum com a cidade: a arquitetura e a vegetação em volta das suas instalações, que chamam a atenção de quem passa. O prédio localizado hoje no campus da Universidade de Brasília (UnB) foi inaugurado em 2010, e sua presença no Campus Darcy Ribeiro reitera o compromisso da Fiocruz em Brasília com a educação e a ciência a serviço da vida. O prédio abriga ainda a última obra desenhada por Athos Bulcão, um painel que enfeita a parede externa do auditório, ponto de visitação turística e estudo.

 

Hoje, a Fiocruz Brasília tem cerca de 380 colaboradores e atua em três eixos: Integração, Inteligência e Formação. Na articulação e integração entre as 11 unidades regionais da Fiocruz, outras instituições nacionais e internacionais ligadas à saúde, atuação no Congresso Nacional, no fornecimento de informações para a tomada de decisão de gestores e em mídias sociais com informações para a população, além da capacitação de profissionais para o SUS. O primeiro curso ofertado foi de Atualização em Saúde Coletiva, em 2004, com 44 pessoas matriculadas. A Escola de Governo Fiocruz – Brasília soma mais de 22 mil egressos da pós-graduação, cerca de 334 cursos de Atualização, Especialização e Mestrado, cursos livres EAD já ofertados e atualmente tem 345 matrículas ativas, incluindo das nove Residências ofertadas em parceria com instituições e órgãos do governo.

 

Veja a linha do tempo da Fiocruz Brasília

Em vídeo, ex-diretores e colaboradores falam sobre a história da instituição. Confira