Visita ao passado valoriza a saúde pública brasileira

Fiocruz Brasília 15 de dezembro de 2016


Exposição da Fiocruz Brasília apresenta a história da Conferência que foi base para o SUS

O som da máquina de escrever pode ser ouvido de longe. Nela, são datilografados trechos do relatório da 8ª Conferência Nacional de Saúde, fundamental para a constituição de um sistema público de saúde, universal, gratuito, garantido a todos os brasileiros, em todos os municípios do país. A projeção desses trechos nas paredes da exposição é só um dos recursos que levam o visitante até 1986, quando foi realizado, em Brasília, durante três dias, o evento que garantiu um capítulo específico sobre a saúde na Constituição Federal e ampliou a assistência à saúde no país. Até esta época, só os trabalhadores formalmente registrados tinham assistência à saúde garantida pelo INAMPS. Aos demais brasileiros, restava o apoio das associações filantrópicas e santas casas de caridade, conforme mostram fotos e documentos que fazem parte do túnel do tempo Histórias que se cruzam – 30 anos da 8ª Conferência Nacional de Saúde e 40 anos da Fiocruz Brasília, montado na instituição.

Em uma televisão da época, o visitante assiste aos discursos de Sérgio Arouca e outros participantes, gravados originalmente durante a Oitava.

Por meio de um grande telefone público, o popular orelhão, é possível assistir depoimentos de quem participou da Conferência, como alguns trabalhadores da Fiocruz Brasília. O atual diretor da instituição, Gerson Penna, representava os estudantes de medicina do Pará. O secretário executivo da UNA-SUS Francisco Campos, o assessor Antônio Alves, e outros participantes contam curiosidades e momentos marcantes sobre a experiência. O pesquisador Armando Raggio era à época superintendente de saúde do estado do Paraná e afirma que foram organizados mais de 20 encontros no estado para preparar os trabalhadores que participariam do evento, no que ele chama de “disco voador”, o Ginásio Nilson Nelson.  Já o assessor especial da Fiocruz Brasília Agenor Alves, era secretário de planejamento do Ministério da Saúde e ressaltou que talvez uma de suas lembranças mais importantes foi a participação da sociedade civil. “O SUS não foi concessão de ninguém, e sim uma conquista do povo brasileiro, ” afirmou.  

Luciana Maria, que tem 47 anos de serviço público, acompanhou de perto a elaboração da  8ª Conferência Nacional de Saúde. Segundo ela, a exposição  está fantástica. “Retornei ao passado. Ver todos os antigos colegas que participaram  da 8ª conferência e lembrar esses momentos importantes para o SUS foi muito emocionante”, afirmou ela, que trabalha há 41 anos na Fiocruz, a maior parte deles em Brasília.

O registro da participação dos visitantes não poderia ser de outra forma: na boa e velha máquina de escrever!

A exposição Histórias que se cruzam – 30 anos da 8ª Conferência Nacional de Saúde e 40 anos da Fiocruz Brasília foi organizada pela Fiocruz Brasília, por meio da Assessoria de Comunicação e está aberta ao público de 9 às 18h até a próxima sexta-feira, 16 de dezembro.

Na quinta-feira, 15 de dezembro, foi realizado um Seminário com o tema desta parte da exposição, com participação do coordenador de relações internacionais da Fiocruz, Paulo Buss e outras autoridades da área da saúde. Conheça a outra parte da exposição, específica sobre os 40 anos da Fiocruz Brasília.