Transferência do conhecimento científico em benefício da saúde pública é destacada durante I Encontro dos Trabalhadores

Fiocruz Brasília 13 de agosto de 2018


Nathállia Gameiro

 

Os colaboradores de todos os setores da Fiocruz Brasília estiveram reunidos na última sexta-feira, 10 de agosto, para o I Encontro dos Trabalhadores. O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger, esteve presente no evento e destacou o conceito de inovação em ciência e tecnologia em saúde para a instituição. 

 

“Inovação é a transferência do conhecimento para a sociedade. Este é o nosso mantra, a utilização do conhecimento científico em benefício da saúde pública”, ressaltou Krieger. Esse conceito faz parte da história da Fiocruz, desde sua criação, em 1900. O pesquisador conta que na época, a missão era enfrentar varíola, peste e febre amarela. Em 10 anos, Oswaldo Cruz e os pesquisadores foram capazes de utilizar o conhecimento gerado na instituição e transferi-lo para a sociedade por meio da erradicação das três doenças.  Esse cenário pode ser visto nos dias de hoje, em que a instituição busca dar respostas a surtos de doenças, como no caso da vacina contra a febre amarela. 

 

De acordo com o vice-presidente, a previsão era de produção de 25 milhões de doses, número que foi ampliado, chegando à produção de 70 milhões de doses. Ele afirma que os pesquisadores da Fiocruz estão vigiando o que está acontecendo no país em vários campos da saúde pública e estão prontos para auxiliar a dar as principais respostas para os surtos epidemiológicos. 


Para Krieger, a Fiocruz tem uma complexidade e um ecossistema de inovação que vão desde a pesquisa básica até a produção e entrega para a sociedade, com vacinas, kits de diagnósticos de doenças até mudanças de políticas públicas e de leis. A complexidade é observada na presença da instituição em 11 estados e na atuação em pesquisa, educação, em hospitais, serviços de referências, serviços de informação e comunicação, planejamento e aspectos históricos. “É difícil ver outra instituição com um ecossistema tão completo, que nasceu transferindo conhecimento para a sociedade há 118 anos e que continua atuando de maneira compatível com esse seu DNA original”, afirmou.

 

A história da Fiocruz Brasília, da criação em 1976 até o momento, também foi contada por meio de um vídeo produzido pela Assessoria de Comunicação, destacando as conquistas e mudanças ao longo do tempo.

 

A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, apresentou como a unidade tem trabalhado com o conceito de inovação. Ela destacou a Escola Fiocruz de Governo como produtora de conhecimento científico e que beneficia a sociedade com a formação de profissionais de saúde para o SUS, com cursos livres, de pós-graduação lato e stricto sensu e como espaço de debate, reflexão, proposição e articulação.

 

Fabiana usou uma imagem da árvore baobá para simbolizar as raízes institucionais. A espécie tem raízes profundas, com a copa semelhante a uma raiz também. O tronco é oco, conseguindo captar o que o ambiente oferece, sem deixar de obter os nutrientes da raiz. “Não adianta termos raízes se não conseguimos enxergar os benefícios que elas nos trazem”, explicou. As raízes institucionais que sustentam as ações da Fiocruz Brasília elencadas durante o encontro foram: as teses do Congresso Interno, o reconhecimento do Estatuto, o legado da gestão anterior, o compromisso da gestão atual e o início da etapa de revisão e pactuação da agenda estratégica. 

 

A diretora mostrou como as teses do Congresso Interno estão presentes no cotidiano das ações da unidade e as ações em construção e consolidação. Entre elas, a reafirmação dos princípios e diretrizes do SUS; educação formal para o SUS; ciência cidadã e transparente e a popularização da ciência, ampliando a participação popular; o fortalecimento da ação colaborativa no território; articulação com as unidades regionais; a Agenda 2030 e os projetos dos territórios saudáveis e sustentáveis. 

 

A articulação técnico-científica com os Poderes do Legislativo, Executivo e Judiciário, as parcerias com as universidades, órgãos federais, estados e municípios, a ciência, tecnologia e inovação em saúde, a integração e desenvolvimento estratégico da instituição e o suporte gerencial e administrativo foram atividades destacas. As ações têm participação de todos os setores da instituição. Como mudanças da gestão atual, foram elencadas o fortalecimento e a criação de novos colegiados como espaço de conversação, o resgate das ações de saúde do trabalhador e o início da certificação de cursos da UNA-SUS pela Escola Fiocruz de Governo. 

 

O encontro foi o momento inaugural do processo de construção do planejamento das ações coletivas para os anos 2019 e 2020. Fabiana Damásio destacou que a conversa buscou dialogar com os objetivos que vêm sendo colocados pela Presidência e que reverberam diretamente nas ações da unidade, além de debater como o Marco Legal de Ciência e Tecnologia tem sido utilizado pela gestão para aprimorar as ações e melhorar os processos organizativos, o que ela considera uma tarefa fundamental para garantir a sustentabilidade da Fiocruz.

 

Novos encontros serão realizados em setembro e outubro como resultado das discussões da primeira etapa. Em novembro, será a construção do plano de ação coletiva que subsidiará as ações de 2019 a 2020. Fabiana Damásio terminou sua fala com trecho da música Sangrando, de Gonzaguinha. “Que a gente siga cantando em torno de pautas tão densas que nos mobilizam e nos fazem presentes aqui hoje”, finalizou. 

 

Fiocruz Saudável

 

A música também teve espaço no início do encontro. Os participantes puderam assistir à apresentação do coral da Fiocruz Brasília, formado por 55 colaboradores de diversos setores da instituição. O grupo foi conduzido pelo maestro Gutemberg Amaral e acompanhado pelo percursionista Douglas Fernandes, do Programa Educação, Cultura e Saúde – PECS e o contra baixista Gê Mendonça. 

 

Com apenas três meses de formação, o coral surpreendeu a todos com as músicas Maracangalha, Berimbau e Da Pacem Domine (do latim: Dai-nos a paz do Divino no dia de hoje), que emocionaram a plateia. O grupo foi aplaudido de pé pelo auditório lotado. “O grupo de trabalhadores nos encantou e tocou nossos corações”, ressaltou a diretora Fabiana Damásio. 
O coral integra as atividades do Fiocruz Saudável, que oferece ioga, meditação e massagem aos colaboradores da Fiocruz Brasília.

 

Cochicho

 

Nem a chuva que caiu na tarde da sexta-feira (10/08) esfriou a animação dos trabalhadores da Fiocruz Brasília que ocuparam o jardim para participar do “Cochicho”, denominação dada ao primeiro ciclo de discussão no processo de planejamento 2019/2020. Foram constituídos oito grupos, de forma aleatória, no ato do credenciamento. Etiquetas coloridas colocadas na parte de trás dos crachás serviram para formar os grupos.

 

Os oito grupos – dourado, verde, vermelho, prateado, azul, preto, amarelo e laranja – tiveram por tarefa identificar dois temas da Agenda sobre os quais gostariam de se aprofundar nas próximas etapas da discussão previstas para setembro e outubro. A diretora da EFG, Luciana Sepúlveda, orientou sobre os critérios de seleção:  identificação ou pouca informação sobre o tema. Os temas propostos são: Pesquisa Aplicada para Saúde e Políticas Públicas, Escola de Governo, Ciência Aberta/Ciência Cidadã, Territórios Saudáveis e Sustentáveis, Gestão Integrada e Participativa, Inteligência Colaborativa, Educação e Mediação Tecnológica, e Representação e Assessoria.

 

Após os debates em grupo, os relatores apresentaram a síntese das discussões durante uma plenária. O grupo Vermelho elencou os temas Pesquisa Aplicada para Saúde e Políticas Públicas e Ciência Aberta/Ciência Cidadã; o Amarelo indicou Inteligência Colaborativa e Ciência Aberta/Ciência Cidadã; os integrantes do grupo Azul selecionaram Território Saudável e Sustentável e Gestão Integrada e Participativa.

 

Inteligência Colaborativa e Representação e Assessoria foram os temas apontados pelo grupo Verde, já o grupo Preto listou Territórios Saudáveis e Sustentáveis e Escola de Governo. Os grupos dourado e laranja destacaram três temas, cada. O primeiro listou Pesquisa Aplicada para Saúde e Políticas Públicas, Inteligência Corporativa e Gestão Integrada e Participativa e o segundo Pesquisa Aplicada para Saúde e Políticas Públicas, Territórios Saudáveis e Sustentáveis e Educação e Mediação Tecnológica.  

 

O dia terminou com um “isoporzinho”, ação em que cada colaborador levou sua bebida. O churrasco foi assegurado pela Asfoc, com o maestro Gutemberg  soltando a voz ao som do violão de Gê Mendonça.