SUS é destaque em aula inaugural das Residências da Fiocruz Brasília

Nathállia Gameiro 3 de março de 2020


Nathállia Gameiro

A história e a importância do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) foi destacada pelo ex-ministro da Saúde e assessor da Fiocruz Brasília, José Agenor Álvares, durante aula inaugural das Residências da Fiocruz Brasília, que reuniu cerca de 200 pessoas, entre profissionais da Secretaria de Saúde do DF, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) e de instituições parceiras, na última segunda-feira (2/3), no auditório da Fiocruz Brasília. Os estudantes da Escola Fiocruz de Governo (EFG) e das Residências em Medicina da Família e Comunidade e das Residências Multiprofissionais em Gestão de Políticas Públicas para a Saúde; em Saúde Mental, Álcool e outras drogas; em Saúde da Família com ênfase em saúde da população do campo; e em Atenção Básica marcaram presença na atividade.


“O SUS é um produto da reforma do Estado originado de movimento político com a finalidade de reconfigurar o sistema de saúde até então vigente”, contextualizou o ex-ministro da Saúde. Agenor citou o médico sanitarista Sérgio Arouca ao lembrar o norte da Reforma Sanitária: o projeto da civilização humana, com princípios e valores. “O que queremos para a saúde é o que queremos para a sociedade brasileira”, relembrou.


Ao destacar a história do Sistema Único de Saúde e as mudanças ao longo dos anos, Agenor lembrou que, antes da implementação do SUS, o sistema de saúde brasileiro era fragmentado, com responsabilidades de diferentes ministérios no atendimento às pessoas, e atendia apenas os que possuíam emprego formal com carteira de trabalho.


Para Agenor, os aspectos fundamentais do SUS são os princípios, que valorizam as relações sociais, como a universalidade, integralidade e igualdade; e as diretrizes, que são as orientações de caráter organizacional ou técnico. Destacou ainda a responsabilidade de todos que trabalham na saúde e falou sobre a regulação como ação estratégica para a saúde pública, de produtos que difundem fatores para condições crônicas e de risco para as pessoas, como tabaco, agrotóxico, sal e açúcar, e para o auxílio da melhoria das condições econômicas e de políticas públicas.


O ex-ministro da Saúde defendeu ainda que as políticas públicas não podem ser interpretadas como um produto acabado, e precisam acompanhar as mudanças. Como desafios, citou o acesso universal, acolhimento humanitário, financiamento e força de trabalho. “Existe alternativa fora do SUS? O SUS não é um problema sem solução, mas uma solução do problema”, finalizou.

Sobre as residências:

Ao todo, a Fiocruz Brasília tem 8 turmas de Residências com 180 alunos. Quatro delas são frutos de parceria: as Residências em Medicina de Família e Comunidade e as Multiprofissionais em Gestão de Políticas Públicas para a Saúde e em Atenção Básica,  em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal; além da Residência Multiprofissional em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, em parceria com a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF).