Roda de conversa finaliza ações do Novembro Azul na Fiocruz Brasília

Mariella de Oliveira-Costa 2 de dezembro de 2019


Mariella de Oliveira-Costa

 

Dados do Ministério da Saúde mostram que os homens adoecem e morrem mais que as mulheres. Eles acham que nunca vão adoecer e  não se alimentam direito. Se estão doentes, resistem a procurar um serviço de saúde. Se procuram, nem sempre  seguem os tratamentos recomendados. Eles também estão mais expostos aos acidentes de transito e trabalho. A partir desta realidade, a Fiocruz Brasília encerrou as atividades do Novembro Azul com uma roda de conversa para seus trabalhadores.

O coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, fez seu doutorado na Universidade de Brasília com o tema da saúde dos homens,  e trouxe para o debate as nuances sociais que pressionam o homem a esconder seus sentimentos, para que pareçam seres invulneráveis. Já o assessor da Escola Fiocruz de Governo, Paulo Carvalho, falou sobre a importância do autocuidado e necessidade de todos os homens refletirem que um problema de saúde é um aprendizado na vida. “É importante falar sobre isso, mando mensagens pelo WhatsApp atualizando meus amigos sobre a doença, com leveza e bom humor”, afirmou ele, que atualmente faz tratamento de câncer de próstata. Ele indicou o documentário O silêncio dos homens, que trata da masculinidade contemporânea.  

O jovem Caio Moreira apresentou como os homens negros são inseridos na sociedade e o racismo como uma questão de saúde, um dos temas debatidos na Roda de Homens Negros, iniciativa brasiliense aberta ao público periodicamente em um restaurante na Asa Sul.  Ele indicou o livro Mayombe, do angolano Pepetela, sobre a libertação de Angola.

 

A paternidade foi apresentada pelo educador parental Marlon Camacho como a melhor forma de transformação social. Segundo ele, o cuidado com o outro é uma característica dos seres humanos, não exclusiva da mulher,  e é necessário que os pais aprendam a formar vínculo e afeto com seus filhos. “Fomos ensinados a não externar nossos sentimentos, então é preciso aprendizado diário para entender que você também cuida da casa, não ajuda em casa; cuida dos filhos, não só ajuda a esposa”, disse.

A atividade possibilitou que diferentes trabalhadores apresentassem suas vivências sobre a paternidade. A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, ressaltou que a iniciativa faz parte das atividades do Grupo de Trabalho Fiocruz Brasília Saudável, que planeja para 2020 uma série de ações de cuidado para com os trabalhadores da instituição. Segundo ela, criar espaços de diálogo para que os homens possam falar sobre o que sentem dentro e fora do trabalho serão incentivados.

 

Clique aqui para acessar as fotos da atividade, por Sérgio Velho Jr.