Restaurantes comunitários do DF garantem Direito Humano à Alimentação Adequada, aponta pesquisa

Fiocruz Brasília 26 de outubro de 2018


Gabriel Ellan Lobato

 

A pesquisa ouviu mais de 7 mil pessoas que utilizam Restaurantes Comunitários de Ceilândia, Planaltina, Itapoã e Sol Nascente

 

 

Mais de 13 mil usuários utilizam Restaurantes Comunitários (RCs) por dia, sendo 22,4% usuários do Programa Bolsa Família, de acordo com pesquisa realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), em parceria com a Secretaria de Estado de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedesmidh). O estudo teve como objetivo avaliar se os RCs garantiam os direitos humanos à alimentação adequada e nutricional aos segmentos das populações mais vulneráveis socialmente, no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e demonstrou a importância desses equipamentos para a população do Distrito Federal e de sua área de influência. O relatório busca subsidiar ações promotoras de segurança alimentar e nutricional na capital federal.

 

A pesquisa foi apresentada durante o II Seminário de Hábitos Alimentares, realizado na Escola Fiocruz de Governo da Fiocruz Brasília, promovido pelo Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin), por meio do Atualidade do Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares (OBHA). Foram apresentados os resultados da 2ª pesquisa de satisfação, que ouviu mais de 7 mil pessoas que utilizam Restaurantes Comunitários (RCs) de Ceilândia, Planaltina, Itapoã e Sol Nascente. 


A mesa de abertura do evento foi composta pela Danielle Cabrini, pesquisadora do Palin da Fiocruz Brasília; Elisete Rodrigues de Souza, pesquisadora do Codeplan; Bruno Paixão, Subsecretário de Segurança Alimentar e Nutricional da Sedestmidh e Rebeca Carmo, Gerente da Codeplan.

 

“O cidadão é nosso cliente e tem que ser tratado com respeito”, disse Elisete Rodrigues, enquanto apresentava os resultados. O nível de satisfação dos usuários aos RCs, foi positiva quanto às instalações, atendimento, qualidade e quantidade de comida servida, destacou.

 

Os resultados da pesquisa apontaram também que o perfil médio dos usuários é de homens, de 30 a 59 anos, com ensino médio, naturais do Nordeste, que trabalham e moram na mesma região do RC. Apontam também que são vendidos entre 400 a 500 mil refeições mensais e 1500 diárias.

 

O Subsecretário da Sedestmidh, Bruno Paixão, disse que já realizaram atividades diferentes nos RCs. “Trouxemos a Orquestra Sinfônica”, disse. Ele explica que fazem uma atividade para que essas pessoas, que em muitos casos se encontram em vulnerabilidade social, possam ter acesso à cultura.

O RC como espaço de promoção de ações se mostrou positivos, sendo que 70,2% dos usuários tem interesses em palestras sobre alimentação saudável, 73,5% em aulas de culinária saudável e 67,6% em eventos culturais.

 

Ele destacou também que para a uma boa aprovação dos RCs, é importante estudar da tradição de cada local, para produção de comidas regionais. “Temos que respeitar a tradição de cada região. Existem locais onde o dia do peixe é o menos frequentado, já em outro, é o dia preferido”, explica.