Pesquisadores discutem soluções para a saúde pública em leishmanioses

Fiocruz Brasília 1 de julho de 2015


 Oficina foi realizada na Fiocruz Brasília e resultou em oito projetos de pesquisa

Especialistas de diversas instituições brasileiras de ensino e pesquisa participaram da II Oficina de Diálogos Cooperativos, em busca de solução para a Saúde Pública em Leishmanioses nos dias 29 e 30 de junho, na Fiocruz Brasília. A proposta da oficina foi de construção de um programa de pesquisa translacional em leishmanioses, com ação cooperativa focada na identificação e formulação de projetos que busquem uma solução para a saúde pública, com efetividade de esquemas terapêuticos no tratamento de casos humanos da doença. 

Como resultado, saíram oito projetos de pesquisa de dois grupos de trabalho divididos durante a oficina. O grupo I discutiu as possibilidades de novas combinações de drogas para tratamentos de leishmanioses aptas para ensaio clínico. O grupo II discutiu modelos de governança para instituir rede cooperativa de pesquisa translacional para leishmanioses. 

Para a elaboração dos projetos, os grupos analisaram e identificaram forças e fraquezas, oportunidades e ameaças, para suprir as lacunas da ciência, saúde e do mercado. “Queremos que esses fatores identificados possam nos orientar numa trajetória para um horizonte temporal, que permita termos cenários para onde queremos caminhar”, disse o vice-diretor da Fiocruz Brasília, Wagner Martins, que coordenou o grupo II.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência, Rodrigo Stabeli ressaltou a importância da reunião para as discussões promovidas na presidência da Fiocruz. “O objetivo desta oficina é claro: congregar os pesquisadores em rede para dar uma resposta à saúde pública. Estamos no caminho certo para continuarmos sendo referência em nossas publicações científicas. Que possamos também ter a cultura de lidar com outros problemas de saúde pública que batem na nossa porta, sejam eles da leishmaniose ou qualquer outro agravo que a Fiocruz possa dar uma contribuição. É muito importante o que aconteceu aqui, saio muito satisfeito”.

O diretor da Fiocruz Brasília e coordenador do Fórum das Unidades Regionais, Gerson Penna, destacou a importância de dar o primeiro passo e juntos achar a solução para a saúde pública. A editora chefe das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e pesquisadora da Fiocruz, Claude Pirmez ressaltou a força e a competência que o país tem para trabalhar com leishmaniose. “É uma iniciativa excelente que pode representar um piloto para várias outras doenças. Podem contar com a minha contribuição no que for possível”.

O diretor da Fiocruz Rondônia, Ricardo Godoi, ressaltou o papel estratégico de aglutinar e pensar de forma sistêmica, para que o trabalho inspire outras iniciativas da Fiocruz. “Esse é o potencial e a grande responsabilidade desse grupo, inspirar para que outras doenças negligenciadas possam ser discutidas”.  

Além dos diretores das regionais da Fiocruz em Brasília e Rondônia, participaram os diretores da Bahia, Pernambuco, e Ceará, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, de universidades do Piauí, São Paulo, Rio Grande do Norte e da Universidade de Brasília. A vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, visitou a oficina durante a plenária e parabenizou os pesquisadores.

Histórico

A proposta de construção de um programa de pesquisa em leishmaniose teve início nas discussões do Fórum das Unidades Regionais da Fiocruz (FUR), realizado no Paraná.  De acordo com o diretor da Fiocruz Brasília e coordenador do FUR, Gerson Penna, a reunião levantou questionamento importante sobre o papel da Fiocruz no desenvolvimento científico da saúde, levando em conta a realidade de cada região do país. A primeira oficina de Diálogos Cooperativos realizada em novembro de 2014, reuniu especialistas de instituições parceiras. De acordo com Gerson Penna, o objetivo foi contribuir para melhorar os indicadores de outras cidades, buscar uma saída para saúde publica e focar no paciente.

A primeira reunião definiu quatro diretrizes para elaboração de projeto: de identificação de drogas candidatas e combinações; multicêntricos para avaliação de drogas alvo existentes e suas combinações avaliadas; para análise e negociação de disponibilização de medicamentos para o mercado de saúde pública; e para a plataforma de governança e gestão da rede cooperativa de pesquisa translacional para leishmanioses.  A iniciativa soma esforços com foco na busca de uma solução para saúde pública no tratamento de doentes.