Pesquisadora da Fundação receberá o Prêmio Direitos Humanos 2014

Fiocruz Brasília 8 de dezembro de 2014


A cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos será feita no aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12), promulgada pela ONU em 1948

A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fioruz) e coordenadora científica do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves), Maria Cecília de Souza Minayo, é uma das 21 personalidades que receberão, em 10 de dezembro, o Prêmio Direitos Humanos 2014, oferecido pela Presidência da República. Esta é a 20ª edição do prêmio, que consiste na mais alta condecoração do governo brasileiro a pessoas e instituições que desenvolvem ações de destaque nas áreas de promoção e defesa dos direitos humanos. Cecília Minayo receberá a honraria na categoria Garantia dos Direitos da Pessoa Idosa.

Como ocorre em todos os anos, a cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos será feita no aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12), promulgada pela ONU em 1948. A novidade desta edição foi a inclusão da categoria Selo Nacional de Acessibilidade, que compreende as melhores práticas em acessibilidade, contemplando iniciativas de “desenho universal”. Trata-se da concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O prêmio é composto por uma escultura e um certificado.

“Fui surpreendida com o convite para ir a Brasília receber o Prêmio Direitos Humanos 2014, pois nunca pleiteei essa honraria. Fui indicada por pessoas e instituições que reconhecem o meu trabalho. Eu o dedicarei ao Claves, em homenagem aos seus 25 anos completados agora em novembro , e a todas as pessoas que trabalham junto comigo no país, pois sei que ninguém é ou faz nada sozinho. Além do Claves, dedicarei o prêmio também à Escola Nacional de Saúde Pública e à Fiocruz, que sempre me acolheram, me valorizaram e continuam me permitindo atuar ativamente nas causas voltadas à inclusão social e à conquista de direitos, com as quais o Centro vem trabalhando nestes anos todos”, disse a pesquisadora.

Os agraciados em cada categoria

Direito à Memória e à Verdade: Clodesmidt Riani;

Defensores de Direitos Humanos “Dorothy Stang”: Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante;

Educação em Direitos Humanos: Paulo Freire (em memória);

Comunicação e Direitos Humanos: Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social;

Centro de Referência em Direitos Humanos: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia;

Garantia dos Direitos da População em Situação de Rua: Pastoral do Povo da Rua;

Enfrentamento à Violência: Mikhaila Gutierrez Copello;

Enfrentamento à Tortura: Luiz Carlos Fabbri (em memória);

Segurança Pública e Direitos Humanos: Fórum Brasileiro de Segurança Pública;

Promoção e Respeito à Diversidade Religiosa: Comissão de Combate à Intolerância Religiosa – CCIR;

Garantia dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT: Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha;

Erradicação do Subregistro de Nascimento “Santa Quitéria do Maranhão”: Raimundo Nonato Pereira da Silva;

Erradicação do Trabalho Escravo: Associação do Assentamento Nova Conquista;

Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente: Rede Nacional Primeira Infância;

Garantia dos Direitos da Pessoa Idosa: Maria Cecília de Souza Minayo;

Garantia dos Direitos das Pessoas com Deficiência: Luiz Claudio Alves Pereira;

Igualdade Racial: Mário Lucio Duarte Costa: goleiro Aranha;

Igualdade de Gênero: Clara Charf;

Garantia dos Direitos dos Povos Indígenas: Cacique Damião;

Cultura e Direitos Humanos: Leandro Roque de Oliveira – Emicida;

Selo Nacional de Acessibilidade: Hotel Fazenda Campo dos Sonhos.

Quem é Cecília Minayo

Maria Cecilia Minayo é graduada em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Ciências Sociais pela Universidade do Estado de Nova York, mestre em Antropologia Social pela UFRJ e doutora em Saúde Pública pela Fiocruz. Sua experiência na área de saúde coletiva dá ênfase aos temas de violência e saúde, causas externas, violência, saúde coletiva, saúde e sociedade e avaliação. Em sua trajetória, já orientou 68 teses e dissertações, publicou 176 artigos científicos, 115 capítulos de livros e 40 livros, sendo sete individualmente e 34 como organizadora e em colaboração. É membro do conselho editorial de 13 revistas científicas, sendo quatro estrangeiras. É editora-chefe da revista Ciência & Saúde Coletiva, editora regional da revista Environmental Health Perspectives e coordenadora científica do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves).

O Claves é um centro de pesquisa, ensino e assessoria, criado em 1989 pela Ensp com o objetivo de investigar o impacto da violência sobre a saúde da população brasileira e latino-americana. Seu nome, Jorge Careli, é uma homenagem a um funcionário da Fiocruz barbaramente assassinado pela polícia do Rio de Janeiro, ao ser confundido com um criminoso.