Pesquisador da Fiocruz destaca união de pais, alunos, gestores da escola e autoridades da saúde para retorno seguro às aulas presenciais

Fiocruz Brasília 16 de fevereiro de 2022


Heloisa Caixeta

 

O Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Fiocruz Brasília e a Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde (Picaps) realizaram, na última sexta-feira (11/2), uma live que discutiu os atuais desafios da pandemia de Covid-19, principalmente após a descoberta da chamada variante Ômicron. Para falar sobre o assunto, o evento contou com a participação do pesquisador da Fiocruz Rodrigo Stabeli, que é também professor de medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

 

Durante a conversa, Stabeli comentou sobre o momento da pandemia que vivemos hoje no Brasil, a questão da volta às aulas, a vacinação e o problema das fake news. “No Brasil, não tivemos uma coordenação central de enfrentamento da pandemia, e isso prejudicou três eixos importantes: a saúde, a economia e a educação. Países que fizeram medidas coordenadas de distanciamento físico, lockdown e vacinação já estão se recuperando do ponto de vista econômico. Com a desorganização no Brasil, seguramos por muito tempo a volta às aulas”, avaliou o pesquisador, que se mostrou a favor do retorno presencial às salas de aula.

 

De acordo com o pesquisador, a escola é um espaço democrático, mas o ambiente on-line não é – muitas crianças e adolescentes não tiveram oportunidade de acompanhar as aulas remotas. Além disso, conforme lembrou Stabeli, muitos se alimentam na escola, um acesso que também foi interrompido com a suspensão das aulas presenciais. “Muitas crianças não aprenderam a ler e escrever. Muitas passaram fome”, lamentou.

 

Para um retorno seguro, ele defendeu uma união forte entre pais, alunos, gestores da escola e autoridades da saúde. “A gente vai ter um novo normal. Se a classe tiver um surto, deve ser interrompida por 10 dias e, após essa interrupção, as aulas serão retomadas. As medidas de proteção são as mesmas que temos falado desde o início da pandemia: distanciamento físico, uso da máscara e, principalmente, a vacinação”, afirmou, sublinhando a diferença entre os momentos da pandemia antes e depois da vacinação. “Estamos vivendo outra realidade, se comparada com fevereiro do ano passado”, disse.

 

O bate-papo teve a mediação de Sheila Lima, da Fiocruz Brasília.

 

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