Importância do incentivo e inclusão dos jovens na ciência é ressaltada em cerimônia de abertura da 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Nathállia Gameiro 23 de outubro de 2019


Nayane Taniguchi

 

Mostrar aos jovens brasileiros o papel da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do país, a partir de iniciativas de divulgação científica que estimulam o incentivo e maior participação deste público na ciência foi um dos destaques durante cerimônia de abertura da 16ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada na tarde desta segunda-feira (21/10), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.

 

Durante a cerimônia, o protagonismo jovem em ações de divulgação científica foi reforçado ainda na premiação do 3º Concurso de Desenho da SNCT. O estudante Vitor Felipe Souza, de Anápolis (GO), criou a ilustração que inspirou a identidade visual da 19ª edição, vencedora do concurso. Na ocasião, Vitor entregou ao ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, cartas escritas por estudantes da sua escola, com convites para que o ministro faça uma visita aos jovens, para conhecer de perto a realidade da região.

 

Durante a abertura, o ministro Marcos Pontes anunciou o tema da edição de 2020: “Inteligência artificial – a nova fronteira da ciência brasileira”. Na ocasião, destacou ainda o lançamento de oito laboratórios de inteligência artificial no Brasil.

 

Para o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é preciso despertar no jovens, nas crianças e nos adolescentes o desejo da pergunta e da dúvida, visto que em ciência não existe verdade absoluta, “para que eles aprendam a questionar, a olhar para fora da caixinha para acharmos soluções para um país que tem um dos maiores desafios de toda a humanidade, que é dar saúde a todos, como direito, e dever do Estado”.

 

A importância da ciência e tecnologia em saúde também foi ressaltada pelo ministro da Saúde. De acordo com Mandetta, o Brasil tem um déficit de balança comercial de quase 26 bilhões de dólares em saúde. Os números, apresentados pelo ministro para propor uma reflexão a todos, significam “pegar praticamente toda a safra de soja do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e metade do Paraná para poder pegar nossa dependência tecnológica. Vemos isso como desafio, mas também como uma oportunidade”. Para Mandetta, este século (XXI) será fantástico, a exemplo da abertura da genética da terapia de precisão com a utilização da medicina de precisão pela USP Ribeirão recentemente, prevendo, com base na genética e na patologia de cada indivíduo, uma indicação precisa e individualizada. “Esse mundo se abre para todos os países como uma oportunidade”, disse.

 

Ao encerrar sua fala, o ministro da Saúde ressaltou a Fiocruz, “uma das maiores fundações de pesquisa e tecnologia que temos no país”, ao informar sua participação no evento de ciência e tecnologia no Rio de Janeiro. A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, representou a instituição na abertura da 19ª edição.

 

“Bioeconomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável” é o tema desta edição, que tem como objetivo destacar a importância do desenvolvimento sustentável no Brasil por meio da bioeconomia, Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O evento conta com milhares de atividades realizadas por todo o país com e visa a popularização da ciência, além de motivar crianças e jovens para a prática científica.

 

Em vídeo gravado após a cerimônia o ministro Marcos Pontes ressaltou a participação da Fiocruz no evento, a atuação da Fundação na produção de vacinas e o trabalho na área da tecnologia da ciência para a saúde, convidando o público a conhecer um pouco mais sobre a instituição, que no próximo ano celebra 120 anos.

 

Fiocruz Brasília na 16ª SNCT

Para esta edição, a Fiocruz Brasília convida o público para viver quatro experiências: a Árvore dos sonhos para DF 2030 – narrativas/miradas de futuro; o Jogo Cuidando da Casa da Vida; Cartas para um mundo melhor e rodas de conversa com representantes da instituição e da sociedade civil.

 

A Comissão Organizadora do estande da Fiocruz Brasília ressalta que a Bioeconomia é uma temática muito importante para o desenvolvimento de tecnologias sociais para a construção de territórios mais saudáveis e sustentáveis, que está entre as prioridades institucionais em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, na Agenda 2030. “A Agenda 2030 tem grande convergência de valores com a Fiocruz e sua história, baseada em uma forte correlação entre saúde, desenvolvimento e sustentabilidade. O programa de trabalho da Fiocruz em médio e longo prazos parte da determinação social da saúde e de temas conexos, dos estudos sociais de ciências, da ecologia de saberes e da teoria crítica sobre inovação e de novos modelos de desenvolvimento”, explica Tatiana Novais, uma das idealizadoras do estande.

 

A proposta da Fiocruz Brasília foi inspirada na etimologia de Bioeconomia, sendo Bio – Vida, o prefixo Eco (do grego oikos – casa) e nomos (norma, lei), esta última ressignificada pela palavra cuidado. A desconstrução de “Bioeconomia” inspira o nome do jogo “Cuidando da casa da vida: ciência aplicada à bioeconomia para um DF saudável e sustentável”.

 

O objetivo é possibilitar uma interação entre os participantes para que sejam construídas soluções para os problemas territorizalizados. “O jogo é uma estratégia de popularização e divulgação da ciência aplicada à bioeconomia para a construção de territórios mais saudáveis e sustentáveis, mostrando experiências do DF como caminhos possíveis para um mundo melhor”, acrescenta.

 

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