Hackatona ComSaúde desafia profissionais e estudantes

Nathállia Gameiro 23 de janeiro de 2023


A primeira contaminação pelo novo coronavírus no Brasil foi identificada no final de fevereiro de 2020. Hoje, quase três anos depois, a pandemia ainda não acabou e a Covid-19 permanece presente.  

Buscando desenvolver soluções de inovação relacionadas à doença e à comunicação em saúde, profissionais experientes e estudantes de graduação das áreas da saúde, comunicação, tecnologia da informação e experiência do usuário (UX/UI) das cinco regiões brasileiras participam, entre os dias 23 e 25 de janeiro, de maratona hacker. Os projetos desenvolvidos devem ser voltados para o enfrentamento de crises sanitárias no país e seus efeitos; para a adaptação de instituições de saúde no contexto da transformação digital; para o fortalecimento da ciência cidadã; e para a consolidação da participação social e dos demais princípios e diretrizes do SUS.

Durante a abertura da Hackatona, realizado na manhã da última segunda-feira (23), o coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) da Fiocruz Brasília, Wagner Martins, destacou o papel da comunicação para mobilizar e conscientizar a população no enfrentamento de situações críticas da saúde pública. “A comunicação é estratégica para a saúde para que as pessoas possam compreender a gravidade do quadro sanitário que estamos vivendo. Só com a mobilização social vamos conseguir dar conta da difícil tarefa de conter essa pandemia de caráter global, que já dura quase três anos. O desafio é encontrar soluções que nos ajudem a fazer com que as informações cheguem de maneira cada vez mais rápida às comunidades que necessitam dela”, ressaltou.

Inovação, criatividade e olhar focado no território foram elencados pelo coordenador da Assessoria de Comunicação (Ascom) da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, como pontos fundamentais para o desenvolvimento dos produtos e serviços que possam contribuir para uma melhor comunicação em saúde, citando como exemplos aplicativos, games e redes sociais digitais sobre temas como coberturas vacinais, infodemia, saúde mental e insegurança alimentar.

Vasconcelos destacou que a comunicação afeta diretamente a saúde da população, pois é por meio dela que as pessoas formulam as compreensões sobre o universo sanitário. “Isso nos induz e fomenta a tomada de decisão sobre o que vamos fazer com a nossa própria saúde e impacta também a saúde da coletividade”, afirmou ao lembrar a importância das evidências científicas e do diálogo com os territórios. “É preciso investir na escuta das pessoas e trabalhar a comunicação no nosso dia a dia com as comunidades, agindo junto para contornar problemas de saúde e combater as fake news”, completou.

Os 74 participantes da Hackatona são de 12 estados e do Distrito Federal e foram divididos em 17 equipes. Eles participam de dois dias de mentorias com profissionais de comunicação, saúde e ciência de dados, além de gestores de saúde. Na quarta-feira (25), como resultado, devem enviar um produto ou projeto que possa dar maior precisão para as ações de saúde pública no Distrito Federal e que possam ser replicados em outros estados e municípios. As propostas encaminhadas pelos grupos serão analisadas por uma comissão avaliadora e as selecionadas avançam para o desenvolvimento de protótipos. As duas últimas etapas da chamada pública consistem na incorporação e implementação da solução na prática e acompanhamento da tecnologia.

A Hackatona é realizada e coordenada pelo Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) e a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Fiocruz Brasília em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF), da Plataforma de Inteligência Cooperativa com Atenção Primária à Saúde (Picaps) e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF).


A maratona foi anunciada durante o III Seminário Internacional e VII Seminário Nacional As Relações da Saúde Pública com a Imprensa, evento realizado em outubro de 2022 que discutiu os aprendizados da pandemia a partir de diferentes pontos de vista. Além de mesas de debate, a programação do Seminário contou ainda com minicursos, exposição de ilustrações e sessão científica. As gravações estão disponíveis no canal do Youtube da Fiocruz Brasília