Fiocruz debate as desigualdades da educação no Brasil

Fernando Pinto 24 de novembro de 2021


“Discutir a educação é reforçar a vocação histórica que a Fiocruz tem de reconhecer a importância da formação de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), para as políticas sociais e de saúde”. Com esta frase, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, abriu o Seminário de Educação – Desigualdades e mudanças dos processos educacionais no Brasil: desafios para o futuro da Fiocruz. O evento foi realizado on-line, na sexta-feira, 19 de novembro, transmitido pelo canal da Fiocruz Brasília no YouTube.

 

Segundo Damásio, é preciso discutir o papel da Fiocruz como instituição estratégica do Estado para pensar em soluções que consigam enfrentar as desigualdades presentes na educação. “Que possamos juntos levar a mensagem desse debate para nosso Congresso Interno, que tem um espírito de construção de diálogo coletivo”, enfatizou ao afirmar a importância do evento que antecede o XI Congresso Interno da Fiocruz, marcado para o período de 8 a 10 de dezembro.

 

Para a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, discutir educação em um país com grandes desigualdades sociais é um desafio constante. Ela lembrou o quanto ainda é preciso avançar no campo da inclusão social e racial no acesso à educação, reforçando a importância de fortalecer e manter a política dos sistemas de cotas nas universidades públicas brasileiras. “A sociedade precisa defender a educação, só quando a maioria da população sair em defesa da ciência, educação, tecnologia e do SUS teremos mais investimento”, disse.

 

Sobre o acesso desigual ao sistema educacional no Brasil, o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e economista Ladislau Dowbor, refletiu a importância de debater a educação de uma forma mais ampla e que envolve deslocamentos profundos. A desigualdade é o problema central do Brasil, o que nos leva ao problema da ética na economia e que ultrapassa o setor da educação. “Temos que pensar o acesso igualitário da educação para todos os brasileiros e brasileiras”, enfatizou.

 

Cristiani Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, comentou sobre a geração das desigualdades, uma questão central em nosso país e no plano global também. Segundo ela, para debater essas desigualdades precisamos considerar as suas múltiplas dimensões. No campo da educação, Cristiani lembrou que o acesso de qualidade é um diferenciador social importante e que ajuda a perpetuar outras dimensões das desigualdades.  “Na Fiocruz, temos a preocupação de debater e contribuir para a redução das desigualdades em todos os âmbitos do processo educacional”, destacou.   

 

Realizado pela Escola de Governo Fiocruz – Brasília (EGF-Brasília), pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), o seminário foi um evento preparatório para o IX Congresso Interno da Fiocruz. Participaram ainda os diretores Marco Menezes (Ensp), Anamaria Corbo (EPSJV) e a vice-diretora de Ensino da Ensp, Enirtes Caetano.

 

Assista  à íntegra do debate:

 

https://youtu.be/XxHVre0tunc