Fiocruz Brasília sedia debate no dia Mundial de Luta contra Aids

Fiocruz Brasília 2 de dezembro de 2014


Jairo Bouer foi o moderador do debate que contou com autoridades e representantes de ONGs

Por que a AIDS cresce entre os jovens?  Esta indagação foi norteadora do debate ocorrido ontem, 01 de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, na Fiocruz Brasília. Apesar da complexidade do tema, um ponto foi consenso entre os participantes: a camisinha ainda é o melhor meio de prevenção contra a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, embora os demais métodos devam ser divulgados e disponibilizados para a população.

O médico Jairo Bouer moderou o encontro que teve como debatedores: Evaldo Amorim, da ONG Elos; Eliane Seidl, do Instituto de Psicologia da UnB; Sérgio D’Ávila, Gerência de DST/AIDS da Secretaria de Saúde do Distrito Federal;  João Geraldo Neto, do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde e Pedro Mazotti, da Rede Jovens vivendo com HIV/AIDS.

As campanhas de prevenção da Aids do Governo Federal foram criticadas. “Elas não alcançam os jovens, não conseguem falar dos diversos fatores biológicos, sociais e econômicos que aumentam o risco de adoecer”, observou Eliane Seidl. Contundente, Evaldo Amorim, falou de campanhas recentes, censurados por interferência de setores conservadores. Disse ser tímida a comunicação para e com os jovens, sendo necessário aprofunda-la e ir aos lugares de “pegação”, às boates, enfim, ir onde aos locais frequentados por eles e instrumentaliza-los para que se protejam da doença.

“O uso das mídias convencionais – TV, rádio, jornais e revistas – nas campanhas não faz mais o efeito desejado. O jovem está cada vez menos nas mídias tradicionais. O desafio é trabalhar com e em redes sociais”, observou Jairo Bouer.

Pedro Mazotti, da Rede Jovens vivendo com HIV/Aids,  falou sobre da importância de aproximar escola e unidades de saúde.  João Geraldo Neto, do Ministério da Saúde, falou da dificuldade de ações intersetoriais, pois muitas vezes a maior resistência vem dos pais e professores.

Aberto o debate para a plateia, Márcia Brea, assistente social do Centro de Saúde de Sobradinho II, disse que “a mídia passa para os jovens a ideia de que a liberdade de opção sexual é muito fácil. Na realidade, a família, as escolas não estão preparadas para tal e não existe uma rede de proteção para atender o adolescente. As oficinas com os jovens são importantes para repasse de informações, mas o fundamental é a criação de um espaço de confiança onde o adolescente possa ir pedir socorro, falar de suas dúvidas e se sentir acolhido”.

O encontro foi encerrado com a apresentação de breakdance, com os campeões brasileiros B-boy Anderson, B-boy Douglas e B-boy Diego.