Fiocruz Brasília sedia 58º Fórum das Unidades Regionais

Mariella de Oliveira-Costa 25 de janeiro de 2019


Mariella de Oliveira-Costa 


Iniciativa reuniu os diretores da Fiocruz de unidades situadas fora do Rio de Janeiro

 

 

Nos dias 23 e 24 de janeiro, a Fiocruz Brasília sediou a primeira reunião do Fórum das Unidades Regionais da Fiocruz (FUR) de 2019. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, participou na tarde do dia 24 e fez a análise do cenário nacional da ciência e tecnologia e da saúde, destacando que a instituição deve buscar a continuidade de sua agenda estratégica e avançar em propostas, aumentar a parceria externa e deixar um legado para sociedade. “É preciso mostrar o quanto a instituição é indispensável para o país e o que ela pode fazer mais”, afirmou. Nísia anunciou o lema deste ano para a instituição: Fiocruz rumo aos 120 anos.


Os diretores das unidades regionais conheceram as atividades de ensino técnico profissionalizante desenvolvidas pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), no Rio de Janeiro, que buscam a valorização e formação dos trabalhadores de nível médio na saúde. A EPSJV tem suas atividades baseadas na formação de trabalhadores, na iniciação científica, em pesquisas na área de educação profissional e na assessoria técnica e científica ao SUS. Os trabalhadores Ana Keyla Barros, Geandro Pinheiro e Anamaria D’Andrea Corbo subsidiaram os gestores que compõem o FUR na identificação de possibilidades de trabalho conjunto entre a Escola e as unidades regionais.


Eles explicaram que os cursos são customizados à realidade local. Para se ter uma ideia do público a que se destinam as ações da EPSJV, 63% do total de trabalhadores da saúde e 69% dos trabalhadores do setor público possuem nível médio, segundo o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, na Estratégia Saúde da Família são mais de 65,3 mil técnicos e auxiliares de enfermagem, mais de 271 mil agentes comunitários de saúde e mais de 32 mil técnicos e auxiliares de saúde bucal.


Outra pauta da reunião foi conduzida pelos trabalhadores da Fiocruz Brasília, Márcia Mota e Alexandro Pinto, que apresentaram um instrumento que pode orientar nas ações de fomento à pesquisa. Eles discutiram com os diretores das unidades uma proposta de chamada pública padrão para o conjunto da Fiocruz, construída a partir da negociação entre o CNPq e a Gerência Regional de Brasília, que culminou no edital do órgão específico para a Fiocruz Brasília  .


A iniciativa pode possibilitar mais agilidade no tempo de tramitação administrativa e jurídica, além de fortalecer as negociações entre a Fiocruz e o CNPq. Neste modelo, são priorizados projetos colaborativos e multicêntricos, com foco em fortalecer a pesquisa para prevenir e resolver problemas de saúde pública e atender as necessidades da população. Os diretores vão retomar este tema nas próximas reuniões do FUR e definiram algumas das ações prioritárias para 2019, como a parceria na produção e oferta de cursos à distância entre a Fiocruz Brasília e o Instituto Renée Rachou (Fiocruz Minas). Além das metas específicas para cada unidade, a meta comum a todas é fortalecer a integração do Sistema Fiocruz nos territórios e firmar acordos de cooperação com estados e municípios de capitais com olhar para o setor público, setor privado e terceiro setor.


Da Coordenação Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe/Fiocruz), Andrea Andaluz buscou construir metas para 2019 e colaborar para o aprimoramento das unidades, além de apresentar entre outros temas, a agenda da diversidade na instituição. Foi sua primeira participação neste Fórum após assumir o cargo de coordenação da Cogepe, em novembro de 2018.


O assessor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, lembrou que essas reuniões periódicas fortalecem o projeto institucional da Fiocruz, e fez menção ao ditado africano: “sozinhos vamos mais rápido, juntos vamos mais longe e somos mais fortes”. Para a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, esta reunião foi estratégica porque “conseguimos construir coletivamente a agenda de trabalho para 2019 e definir prioridades que contribuirão para o fortalecimento da integração entre as unidades”.


Nos dez estados brasileiros em que há atuação da Fiocruz, há mais de 10,7 milhões de pessoas em situação de pobreza, o que representa metade dessa população no país, segundo o IBGE. Entre 2011 e 2018, foram realizadas 58 reuniões do FUR, e realizadas compras compartilhadas entre as unidades, implementação de escritório de projetos, cursos com disciplinas compartilhadas e projetos em parcerias, além de elaboração conjunta do planejamento das unidades, entre outras ações.

Foto: Sérgio Velho da Silva Júnior