O XIII Encontro Nacional de Economia da Saúde foi realizado nos dias 30 e 31 de agosto, na Fiocruz Brasília, e abordou temas como financiamento e gestão financeira do SUS e avaliação econômica em Saúde. A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Maria Angélica Borges dos Santos, apresentou no pré-encontro os primeiros resultados e possibilidades de análise das contas do SUS de acordo com a metodologia de System of Health Accounts (SHA). A partir de 2018, este método será o padrão para reportar gastos em saúde internacionalmente. 

A metodologia SHA detalha as despesas da saúde segundo categorias relevantes para comparações internacionais e para auxiliar a tomada de decisão dos gestores do sistema de saúde. Além de descrever quanto foi gasto em saúde, a metodologia analisa também quem realizou ou gerenciou os gastos (se foi o SUS, os planos de saúde ou a população – que pagou direto do bolso). O método também descreve que tipos de serviços ou para qual finalidade o recurso foi gasto, seja em internações, atendimentos ambulatoriais de Atenção Básica ou especializada, atendimento odontológico, exames, tratamentos de reabilitação, prevenção e gastos com administração do sistema. 

A abertura do evento contou com a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, que lembrou o compromisso institucional com o SUS. “Abrigar um evento desse porte cumpre o papel da Fiocruz Brasília de fortalecer a democracia e os espaços que promovam discussões para melhorar a saúde pública,” disse. Da Organização Panamericana da Saúde, Renato Tasca lembrou que o economista da saúde tem um papel importante ao mostrar como o financiamento é escasso e ineficiente. Do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBS), Lucia Solto falou da necessidade de se retomar o espírito de luta por uma saúde pública como direito, assim como feito em 1988. Do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Sousa convocou à participação de todos para a 16ª edição da Conferência Nacional de Saúde, que está sendo divulgada como “8ª + 8”. O representante da Abes, Carlos Otávio reforçou que o encontro subsidia técnica e cientificamente uma série de projetos políticos para o SUS. 

A pesquisadora da Ensp, Isabela Soares Santos, mediou o painel Saúde Suplementar: dilemas e perspectivas da regulação dos planos privados de saúde e implicações para o SUS. Na oportunidade, destacou o contexto atual com o surgimento de propostas contrárias ao SUS baseado na solidariedade e na integralidade. Disse que no âmbito internacional também surgem propostas como a revisão da Carta de Alma Ata e relatório do Banco Mundial que questiona a integralidade da atenção sendo necessário debater formas de proteger o SUS.

O painel contou com a participação de Monica Andrade da Universidade Federal de Minas Gerais, José Antonio Sestelo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Carlos Otávio Reis, presidente da ABES –  Associação Brasileira de Economia da Saúde.