A fim de alertar e sensibilizar os funcionários quanto aos danos provocados pelo tabaco e informá-los sobre o tratamento na rede pública, instituição realizou evento na última sexta-feira (29)
O Dia Nacional sem Tabaco é comemorado no dia 29 de agosto. Para celebrar esta data, a Fiocruz Brasília preparou uma atividade destinada aos funcionários da instituição, a roda de conversa “Quero parar de fumar: por onde começo?”.
O evento teve o objetivo de conscientizar as pessoas dos males causados pelo tabaco e dos benefícios de parar de fumar. A atividade contou com a presença de fumantes que desejam parar de fumar e também pessoas que já abandonaram o vício.
Estiveram presentes, o assessor e pesquisador da Fiocruz Brasília, também ex-ministro da saúde e ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Agenor Álvares, o coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Celso Antônio Rodrigues e a coordenadora do Grupo de Tratamento ao Tabagismo do Hospital Universitário de Brasília, Eliane Dutra.
Durante a roda de conversa, os palestrantes apresentaram dados e abordaram duas vertentes do tabaco: a regulação e a sensação. O assessor Agenor iniciou sua fala abordando a sua trajetória na luta contra o tabaco. O ex-ministro foi uma das autoridades que assinou a Convenção Quadro para Controle do Tabaco, o primeiro tratado internacional da história sobre saúde pública. A iniciativa foi uma das medidas mais importantes realizadas no Brasil, para a diminuição da dependência da nicotina e dos componentes.
A iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), negociada por 194 países, foi motivada pelo amplo reconhecimento dos graves danos sanitários, sociais e econômicos decorrente do uso do tabaco. Trata-se de um compromisso internacional pela adoção de medidas de restrição ao consumo de cigarros e outros produtos derivados do tabaco, como a proibição da propaganda; educação e conscientização da população; proibição de fumar em ambientes fechados; controle do mercado ilegal de cigarros; tratamento da dependência da nicotina; inserção de mensagens de advertências sanitárias fortes e contundentes nas embalagens dos produtos de tabaco; regulação dos produtos de tabaco quanto aos seus conteúdos e emissões, entre outras.
“Resistam bravamente. O preço de parar de fumar é a sua eterna vigilância e a autocrítica constante”, enfatizou Álvares.
Em 1986, 37% das pessoas acima de 15 anos eram fumantes. Atualmente, existem cerca de 500 mil viciados em tabaco no DF, o que corresponde a 12% da população. “Ainda assim é um número considerável. O cigarro contém 4.720 elementos tóxicos. Entre eles, 54 causadores de câncer que provocam mutações nas células. É um problema de saúde pública com tratamento gratuito”, observou Celso Rodrigues, da Secretaria de Saúde.
De acordo com a OMS, o cigarro mata 6 milhões de pessoas no mundo por ano. Além disso, o tabaco causa 90% de casos de câncer de pulmão e outras doenças como enfisema e ataques do coração. “Ainda assim, quem fuma se concentra no prazer de fumar, mas nunca na sabedoria que já possui de que aquele vício faz mal”, ressaltou a coordenadora do Grupo de Tratamento ao Tabagismo do Hospital Universitário de Brasília, Eliane Dutra.
Tratamento
Eliane Dutra apresentou o trabalho que realiza no Hospital Universitário de Brasília (HUB), com ajuda gratuita e acompanhamento multidisciplinar para fumantes realizarem tratamento contra o tabaco. “Pelo menos 90% dos pacientes que passaram por lá conseguiram largar o vício”, observou a especialista. “Precisamos transformar conhecimento em sabedoria transformar o comportamento, porque a dependência é um vício que está relacionado a hábitos desenvolvidos ao longo do tempo”, completou.
Como parte da programação, logo após a roda de conversa, teve início a segunda etapa do Circuito de Ocupação Cultural para Saúde, com show de Sérgio Boré e Tambores Urbanos. O projeto que resulta de parceria entre a Fiocruz Brasília, Casa Civil do DF, Secretaria de Saúde do DF (SES/DF) e Secretaria de Cultura do DF (Secult/DF), tem como objetivo a ocupação cultural em estabelecimentos públicos de saúde, como hospitais, CAPs e unidades básicas de saúde. Por meio das atividades, pretende-se colaborar para melhorar a qualidade e a humanização dos ambientes de cuidado e mostrar a importância da cultura para a promoção da saúde e da qualidade de vida.
Depoimento
Com força de vontade e determinação, a funcionária do Núcleo de Eventos da Fiocruz Brasília, Vanessa Macedo Santana, está conseguindo superar o vício do cigarro, está há mais de 30 dias sem fumar, depois de manter o hábito por 17 anos. A escolha por largar o cigarro veio por prevenção, para evitar uma doença. “Cada dia é uma conquista, uma vitória! Tem dias difíceis, mas eu sempre soube que não seria fácil. É uma luta diária!”, ressaltou.
Gabriel Pereira, da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, também querendo largar o cigarro, ao saber do tema da palestra logo se interessou. Depois de participar da palestra, ele iniciou o processo para parar de fumar.
Os interessados em parar de fumar e participar dos atendimentos podem procurar o Programa de Controle de Tabagismo do Hospital Universitário de Brasília (HUB). O atendimento é realizado todas as quartas-feiras, às 9h, na sala 8, do Anexo II do hospital. O HUB é localizado na L2 Norte, quadra 605.
Mais informações sobre os 72 grupos de combate ao tabagismo no DF e orientações para parar de fumar podem ser obtidas pelos telefones 0800 611997 (24 horas por dia) e 3346-5770 (de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h).