Fiocruz Brasília lança proposta para 365 dias de Consciência Negra na instituição

Nathállia Gameiro 19 de novembro de 2019


Nayane Taniguchi

 

Conviver: 365 dias de Consciência Negra. Esta é a proposta da Fiocruz Brasília que será lançada nesta quarta-feira, 20 de novembro, em alusão ao dia da Consciência Negra no Brasil, instituído em 2011 a partir da Lei nº 12.519/2011. A iniciativa propõe a inclusão de pautas relacionadas à população negra em atividades promovidas pela instituição e específicas sobre o tema a serem realizadas ao longo do ano.

 

“Questões sociais da população negra” é o tema da roda de conversa que inaugura o calendário de ações, com a presença das representantes do Comitê Fiocruz Pró-Equidade de Gênero e Raça Roseli Rocha e Cecília Barbosa, da professora de Educação em Direitos Humanos e Diversidade da Secretaria de Educação do Distrito Federal e professora colaboradora no curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB) Renata Callaça, da professora do Instituto Federal de Brasília (IFB), doutoranda em Linguística – Linguagem e Sociedade pela UnB Jaqueline Coêlho, do psicólogo comportamental especialista em relações étnico-raciais Luciano de Sá, e do advogado, especialista em juvenicídio no Brasil e América Latina e mestrando em Políticas Públicas em Saúde da Fiocruz Brasília, Carlos Alberto de Souza e Silva Junior. A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira, participará da roda de conversa e fará a abertura da atividade, às 9h30.

 

“A partir dessa ideia, levaremos a proposta ao Comitê Fiocruz Pro-Equidade de Gênero e Raça e construiremos uma agenda e cronograma em torno desta pauta, com a realização de debates sobre temas diversos relacionados à população negra e também a promoção de ações culturais”, explica a vice-diretora da Fiocruz Brasília.

 

Às 14 horas, a Fiocruz Brasília recebe 35 estudantes do Centro de Ensino Fundamental da Ceilândia (CEF 34), participantes do Projeto Consciência Negra 2019, em sua quarta edição, realizado anualmente na escola. Além de mostra dos trabalhos de autoria dos alunos, haverá desfile dos estudantes, apresentação de coral e artística, com o grupo “Pérola Negra”.

 

Já no dia 29 de novembro, a Fiocruz Brasília realizará a Roda de Conversa Novembro Azul, que propõe um bate papo sobre saúde, paternidade e autocuidado. Como propõe a iniciativa 365 dias de Consciência Negra, entre os convidados está o representante do Grupo Homens Negros Jamir Garcez, que abordará questões relacionadas à população masculina negra na temática do Novembro Azul, além de Wagner Vasconcelos, coordenador da Assessoria da Comunicação da Fiocruz Brasília (Ascom) e autor da tese de doutorado “Quem disse que homem não chora? Comunicação e promoção da saúde do homem em estudo comparado Brasil – Quebec (Canadá)” e o educador parental e mentor do programa Criança do Futuro, Marlon Camacho.

 

20 de novembro

Na área externa da Fiocruz Brasília, alguns painéis cobrem as pilastras da instituição com informações sobre a data. Um poema, escrito por estudantes do CEF 34 também compõem a intervenção, que fala ainda sobre Dandara, uma das lideranças femininas negras que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII, e Zumbi dos Palmares, ícone da resistência negra à escravidão e líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. O dia da sua morte, 20 de novembro, foi escolhido para marcar, oficialmente o dia da Consciência Negra no país. Os painéis revelam ainda poemas e fazem um alerta sobre a presença do racismo no vocabulário do brasileiro.