Fiocruz apresenta solução em saúde para o combate à dengue

Nathállia Gameiro 1 de dezembro de 2020


A dengue é uma das doenças infecciosas mais frequentes no Brasil e um dos principais problemas de saúde pública no mundo. O aumento do número de infectados a cada ano é preocupante. O Brasil se aproxima da marca de 1 milhão de casos registrados em 2020, segundo dados de novembro do Ministério da Saúde. Para mudar esse cenário, algumas iniciativas têm surgido, como o aplicativo Extinfoco, que será apresentado na Feira Digital de Soluções para a Saúde, entre os dias 9 e 11 de dezembro. A solução permite ao usuário identificar e eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti. Ela é fruto da pesquisa do enfermeiro e doutorando em Medicina Tropical da Fiocruz Piauí Francisco Braz Milanez, com orientação da professora Jacenir Mallet.

 

O aplicativo está em fase de teste em Caxias, no Maranhão, e em Teresina, no Piauí, cidades escolhidas por serem populosas. Utilizando o GPS do celular, o usuário pode registrar, classificar e descrever o tipo de foco do mosquito encontrado, se em lixo, abastecimento de água ou depósitos domiciliares, junto com a foto do local. O agente de saúde do município recebe os dados em tempo real e, em seguida, verifica, elimina e orienta a comunidade sobre medidas preventivas para o controle do mosquito e informações sobre as outras doenças transmitidas pelo Aedes, como zika, chikungunya e febre amarela. Assim que o foco é eliminado, o usuário que o identificou recebe uma pontuação.

 

Com o mapeamento dos focos, os bairros são classificados em alto e baixo risco de disseminação do vetor, de acordo com Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), auxiliando nas tomadas de decisões das equipes de zoonoses do município e nas ações de vigilância e controle do mosquito. O usuário com o aplicativo instalado recebe uma notificação ao chegar em uma área de alto índice de dengue e consegue visualizar os pontos já mapeados.

Em dois anos de projeto, os agentes de endemia e outros pesquisadores da Fiocruz que trabalham com soluções tecnológicas em saúde também fizeram a sensibilização de mais de 320 jovens estudantes de colégios credenciados no Programa Saúde na Escola (PSE).“Buscamos fazer com que crianças e adolescentes se tornem protagonistas de mudança em casa, transformadores sociais”, destaca o doutorando Francisco. A expectativa do enfermeiro é que o aplicativo ultrapasse as fases de teste e seja utilizado por Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde de todo o país para otimizar e amplificar a eficiência das ações de controle vetorial dessas zoonoses. “Queremos mapear, identificar e eliminar os focos de Aedes Aegypti no Brasil”, afirma.

 

Acesse o site da Feira e confira outras soluções que serão apresentadas: https://feira.agora.fiocruz.br/