A Escola Fiocruz de Governo divulgou os aprovados para a terceira turma do curso de Especialização em Saúde Coletiva. Foram selecionados 70 profissionais que, ao final do curso, os estudantes vão apresentar trabalhos aplicáveis ao SUS e aos territórios do Distrito Federal.
A noção de território é mais ampla que apenas um espaço geográfico, pois compreende relações históricas, sociais e políticas construídas pelas pessoas no dia a dia e abarca como as pessoas pertencem àquele espaço.
A abordagem teórica e metodológica da especialização vai dialogar com a experiência profissional e prática destes alunos, relacionando a realidade social e local do SUS no DF para que os profissionais reflitam sobre o seu cotidiano de trabalho.
O processo seletivo desta Especialização em Saúde Coletiva foi diferente de processos seletivos convencionais em vários aspectos. A começar pela natureza da instituição que oferece o curso. A Fiocruz Brasília, por meio da Escola Fiocruz de Governo, não é uma instituição de ensino superior, mas uma instituição de ensino e pesquisa e busca oferecer formação para quem está (ou quer estar) no mercado de trabalho em saúde e pode então fazer a diferença no Sistema Único de Saúde.
“No SUS, a educação em saúde é uma pauta permanente. Os profissionais da saúde precisam estar em constante atualização e formação e o curso vem preencher uma lacuna nesta formação”, afirmou uma das coordenadoras do curso, Maria do Socorro Sousa, pesquisadora da Fiocruz Brasília. Segundo ela, o papel de coordenação do curso relaciona-se com o projeto de pesquisa e docência, bem como com seu projeto de doutorado em andamento, que traz reflexões sobre o que a Escola Fiocruz de Governo faz de formação para transformar a realidade local. Ela compartilha a coordenação com outra pesquisadora da Fiocruz Brasília, Tatiana Novais, que atua diretamente com as redes sociais locais. A expectativa de Tatiana na coordenação é fomentar estas redes como espaço de formação dos estudantes, e levar tanto os discentes como também os docentes para conhecerem mais as regiões do DF.
Sabe-se que o panorama atual da saúde pública brasileira é muito desafiador. Nem sempre os trabalhadores estão motivados e com condição de exercer o trabalho com disposição e autonomia. A conjuntura atual, a partir de uma agenda governamental que pode levar ao desmonte do SUS, é um momento propício para reflexões sobre este trabalho no SUS.
Neste cenário, o processo seletivo foi um dos mais concorridos da história da EFG. Foram mais de 400 inscritos online, e destes 260 entregaram a documentação completa. A Secretaria Acadêmica homologou quase 230 inscrições e ao final, 183 candidatos fizeram a prova de conhecimentos específicos e a redação. As questões da prova traziam elementos sobre a reforma sanitária, territórios e saúde, atenção básica, educação e saúde, democracia deliberativa e controle social, vigilância em saúde, transdisciplinaridade, gestão e planejamento em saúde, metodologias e pesquisa.
Já a redação, desafiou os candidatos a dissertarem sobre um tema atual para a Fiocruz e bastante desafiador: Democratizar o acesso à agua potável e universalizar o saneamento básico para assegurar vida saudável para todos: caminhos para efetivação da agenda 2030 nos munícipios brasileiros.
Na última fase, de entrevistas, os aprovados na fase anterior passaram por uma banca com diferentes examinadores da Fiocruz Brasília.
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As coordenadoras da especialização em saúde coletiva da Fiocruz Brasília, Tatiana Novais e Maria do Socorro Souza